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Ministro defende indústria de telecomunicações para não se “perder muita mão de obra”

O Governo disse esta Terça-feira que “chegou o momento” de Angola e África terem indústrias de telecomunicações, dado desenvolvimento das tecnologias no país e na região, considerando que o ambiente de negócios e regulatório “são atractivos” ao investimento.

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De acordo com o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação de Comunicação Social, Mário de Oliveira, Angola e o continente africano precisam já de uma indústria de telecomunicações para travar a fuga de quadros, sobretudo de jovens, que emigram para outros continentes.

Falando esta Terça-feira durante um painel sobre o "Programa Espacial Nacional", no âmbito da 17.ª Cimeira Empresarial EUA-África, que decorre na capital do país, considerou que "chegou o momento" de África ter as suas indústrias porque o continente "está a perder muita mão de obra".

"Temos estado a fazer muita advocacia internacional nessa matéria, porque entendemos que o desenvolvimento que o país e a região estão a ter, o desenvolvimento que África está a ter nessas matérias é altura de termos cá em Angola uma indústria de telecomunicações", disse o ministro.

Segundo Mário de Oliveira, uma das grandes falhas que havia, sobretudo em Angola, era a questão da energia eléctrica, mas, notou, "hoje Angola tem uma produção de energia considerável em que as indústrias de telecomunicações podem cá se instalar".

"Temos muitos jovens a formar-se nessa matéria e nós entendemos que chegou o momento de os grandes fabricantes virem para Angola e aqui fabricarem os seus produtos, desenvolverem aqui porque acreditamos que isto também seja uma forma de podermos reter talentos no país, em África e com isso o continente sai a ganhar", referiu.

Mário de Oliveira disse também que Angola conta actualmente com um ambiente regulatório e de negócios atractivo ao investimento, realçando que está em curso a revisão de alguma legislação do sector visando a entrada de novos operadores.

Considerou que as mudanças e transformações tecnológicas profundas que se registam no sector que dirige exigem que o país se adapte à realidade tecnológica mundial, nomeadamente à cibersegurança ou à inteligência artificial.

"Tudo isso são novas tecnologias que estão presentes e precisamos regulamentar, adaptar para que os operadores dessa matéria possam se sentir confortáveis em Angola e naturalmente fazerem aqui os investimentos", respondeu à Lusa.

Assegurou ainda que o ambiente de negócios, no sector que tutela, é atractivo, tendo realçado que actualmente Angola é líder do grupo técnico do satélite da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), um projecto da região que é liderado por Angola.

"Isso é um ganho muito grande para nós e significa que a confiança que os países da região têm no nosso Programa Espacial Nacional", concluiu o ministro.

Por seu lado, os empresários do sector das telecomunicações em Angola sinalizaram os desafios do sector e defenderam a conjugação de esforços de todos os actores deste segmento para que os investimentos no sector se reflictam no desenvolvimento da economia angolana.

"O desafio tem a ver com a própria capacidade de investimento de algumas empresas aqui [em Angola], é também uma boa oportunidade para junto de parceiros discutirmos algumas formas de financiamento e de investimento", disse à Lusa Francisco Pinto Leite, director geral da Internet Technologies Angola.

Ângelo Gama, presidente do conselho executivo da Angola Cables, sinalizou, por sua vez, a necessidade de África captar mais investimentos no sector das tecnologias para a garantia do desenvolvimento da sua economia e valorização dos seus quadros.

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