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Angolanos confiam mais nos líderes religiosos do que nos governantes

Os angolanos confiam mais nos líderes religiosos do que nos governantes eleitos para liderar o país. Segundo um estudo elaborado pelo Afrobarometer, mais de metade dos angolanos (53 por cento) diz confiar nos líderes religiosos enquanto apenas 37 por cento diz confiar no Presidente da República.

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"Menos de quatro em cada 10 inquiridos dizem confiar nos tribunais (38 por cento), na polícia (37 por cento), no presidente (37 por cento) e outros funcionários eleitos e estatais", revela o estudo.

Dos inquiridos, mais de 50 por cento afirmou confiar de "alguma forma" ou "muito" nos líderes religiosos, enquanto que 43 por cento expressaram confiança nas Forças Armadas Angolanas e 42 por cento nas autoridades tradicionais.

A confiança nos líderes religiosos depende de alguns factores: o nível de confiança nestes líderes é maior do que a média entre os residentes rurais, cidadãos mais pobres e idosos (pessoas com mais de 65 anos). Os angolanos que vivem nas regiões do Leste e Centro do país também se mostraram mais crentes nos líderes religiosos do que no Governo.

Já na capital, os números invertem-se, menos de metade dos inquiridos (47 por cento) admitiu confiar mais nos líderes religiosos.

A confiança nos militares é maior entre as mulheres (46 por cento) do que nos homens (40 por cento). Os cidadãos mais velhos também demonstram confiar mais nas Forças Armadas quando comparados com os jovens.

"O militar também goza de maior confiança popular nas regiões Sul e Leste (48 por cento cada uma), em comparação com apenas 40 por cento na província de Luanda".

Segundo o Afrobarometer, metade dos angolanos considera que as autoridades tradicionais têm "alguma" ou "muita influência" "na gestão dos assuntos da comunidade local e essa influência é mais notada pelos residentes rurais (57 por cento) do que pelos residentes das cidades (46 por cento)".

"Os residentes das regiões Norte (60 por cento) e Sul (59 por cento) são os mais propensos a dizem que os líderes tradicionais são influentes no governo das comunidades locais", em contrapartida apenas 40 por cento dos inquiridos em Luanda concordam com essa influência.

No geral, grande parte dos angolanos "expressa desconfiança em relação a todas estas instituições e líderes, destacando os desafios em assegurar a sensibilização e o cumprimento generalizados dos mesmos, medidas relacionadas com a pandemia", conclui o estudo.

Para a realização deste estudo o Afrobarometer entrevistou 2400 angolanos entre Novembro e Dezembro de 2019.

Para saber mais, pode consultar o estudo aqui.

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