A informação foi avançada pelo coordenador dos centros, João Bispo, que considerou a realidade dramática, falando em asfixia financeira das instituições. “O pessoal não recebe salários há cinco meses e até ao final do mês já não haverá material para tratamento dos pacientes. Temo que alguns venham a falecer por falta de assistência”, afirmou, citado pela Angop.
O responsável acrescentou que, actualmente, os doentes efectuam apenas duas sessões do tratamento por semana, sendo que o recomendado são três. A hemodiálise é também condicionada pela falta de meios: “Só estão neste momento dois doentes a fazer diálise aqui em Benguela, quando as máquinas deviam estar todas ocupadas”.
João Bispo referiu ainda que a aquisição de fármacos e produtos imprescindíveis está também condicionada, tendo em conta as dificuldades financeiras recorrentes. “Os fornecedores já não querem disponibilizar esses meios a crédito, querem pronto pagamento e nós não temos esse dinheiro”, explicou.
O caso já é do conhecimento das entidades competentes, sendo que o director provincial da Saúde em Benguela, Manuel Cabinda, disse já estar em contacto com o Ministério da Saúde, tendo a informação que este se encontra a trabalhar numa solução em conjunto com a pasta das Finanças.
“Esperamos que os pacientes continuem a fazer normalmente o seu processo de diálise e que não se preocupem com esta situação, pois, tudo estamos a fazer para resolvê-la”, afirmou, citado pela mesma publicação.
Os centros de hemodiálise de Benguela e do Lobito assistem actualmente 250 pacientes com insuficiência renal.