Em declarações à agência Lusa, em Luanda, o director da Íris, Carlos Fernandes, explicou que desde o início de 2016 que era aguardada a emissão da certidão de constituição, oficializando o trabalho que já vem sendo feito pela associação, com sede em Luanda e actividades também na província de Benguela.
"Ainda existe uma certa perseguição da comunidade LGBT em Angola, principalmente das famílias, que são os primeiros a excluir. Depois temos problemas no trabalho, na escola, existem várias barreiras, no acesso à saúde, a vagas na polícia e outras. Cremos que a legalização da associação vá ajudar a minimizar estes problemas, porque será uma forma de dar voz à comunidade", enfatizou o responsável pela associação Íris.
Desde logo, com a certidão que reconhece a existência legal da associação, será possível o acesso a financiamentos de instituições internacionais para as actividades em Angola, dada a falta de apoios no país.
"Somos a primeira associação LGBT legalizada em Angola, levou-nos muito tempo a conseguir levantar a certidão no notário, depois do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, mas foi muito importante para nós, ter formalmente este reconhecimento. Agora vai abrir-nos muitas portas", apontou Carlos Fernandes.
Segundo o director da associação, a Íris conta com mais de uma centena de associados angolanos e está a alargar a actividade a todo o país. Nesta altura tem em curso um projecto sobre orientação sexual e empoderamento da comunidade, que só termina no final do ano.