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Economia

Consultora aconselha abertura da economia ao exterior para compensar a lenta diversificação

O analista da consultora BMI Research que acompanha a economia nacional considerou à Lusa que o país devia apostar na abertura ao investimento externo, já que a diversificação será um processo "extremamente lento".

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"Se querem mesmo diversificar, então têm de abrir a economia aos investidores externos, não só no sector petrolífero, mas em todas as áreas da economia", disse David Earnshaw.

Em entrevista à Lusa em Londres, o analista da BMI deu o exemplo do sector das telecomunicações no Quénia, vincando que apesar de as empresas nacionais de telecomunicações serem "muito fortes, o sector é aberto aos investidores internacionais, mas em Angola é gerido pelo Estado e não deixam as companhias investirem".

Questionado sobre o papel que um novo Presidente pode trazer no âmbito da diversificação da economia, Earnshaw respondeu: "Não esperamos grande diversificação, até porque os sectores apontados, como a agricultura ou as minas, precisam de muita infraestrutura que ainda não está feita até chegarem ao ponto de compensar o declínio da produção de petróleo e a descida dos preços".

O problema, sublinhou, é que "há muito interesse dos políticos em manter a dependência do petróleo e por isso qualquer processo de diversificação vai ser incrivelmente lento".

A queda dos preços do petróleo desde meados de 2014 e o impacto nas contas públicas do país tiveram um efeito no crescimento económico, que a BMI Research antecipa que fique nos 0,3 por cento no ano passado e nos dois por cento este ano, apesar de o Instituto Nacional de Estatística ter recentemente apresentado uma quebra de 4,7 por cento nos primeiros nove meses do ano passado.

"O INE não é confiável o suficiente para levar em conta esses dados, e portanto nós fazemos as nossas estimativas", disse Earnshaw, vincando que "se organizações como a ONU apresentassem um valor semelhante, então sim, era uma história diferente".

A BMI Research antecipa um crescimento médio do PIB de 2,7 por cento até 2020, prevendo que a dívida pública, que no ano passado representou 64,1 por cento do PIB, desça este ano para 54,6 por cento e em 2018 para 47,1 por cento.

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