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ONU espera 50 mil refugiados congoleses em Angola até ao final do ano

O número de refugiados congoleses no nosso país, ao qual começaram a chegar em Abril fugidos do conflito na República Democrática do Congo, deverá duplicar até ao final do ano e atingir 50 mil, segundo uma previsão das Nações Unidas.

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"A intervenção da UNICEF, que está integrada num plano de resposta multi-agências coordenado pelo ACNUR, prevê um cenário com 50 mil pessoas até Dezembro de 2017", disse à Lusa o porta-voz da UNICEF em Angola, Niko Wieland.

As autoridades estimam que mais de 25.000 refugiados tenham fugido desde Abril para a Lunda Norte, no leste, para escapar aos violentos conflitos étnico-políticos na região do Kasai. Entre estas pessoas, estão mais de 9000 crianças, que precisam de apoio urgente.

"As prioridades incluem essenciais como comida, segurança, higiene, saúde e protecção. A UNICEF precisa de 7.528.038 dólares para o seu programa de refugiados em Angola, para garantir que mulheres e crianças estão protegidas e têm acesso a serviços básicos", disse o porta-voz.

Muitas crianças chegam aos campos sem a companhia dos pais ou de um adulto e ficam sob a alçada da UNICEF, que as regista de forma a evitar o seu tráfico, abuso ou exploração e para tentar a sua reunião com as famílias.

"Estas crianças são as mais vulneráveis e criamos um sistema de acolhimento dentro do cento. Também abrimos dois espaços para crianças, com lugar para educação informal e actividades recreativas. Estes espaços são usados por centenas de crianças todos os dias", diz.

Reunir estas crianças com as suas famílias é a principal prioridade de todas as organizações envolvidas, o que acontece frequentemente, mas neste momento a UNICEF ainda tem a guarda de cerca de 200 menores.

"Algumas destas crianças ficaram desacompanhadas enquanto fugiam e são reunidas com as suas famílias, de forma espontânea, quando chega um novo grupo. Outras continuam sob nossa protecção, enquanto trabalhamos com os nossos parceiros para encontrar as famílias. Começámos recentemente a fazer um registo biométrico, que vai ser a base para identificar os pais", disse o representante da UNICEF.

Como ajuda adicional ao apelo feito pelo Governo angolano, a organização tem fornecido às autoridades da Lunda Norte materiais para apoiar as famílias acolhidas nos dois centros.

Neste apoio estão incluídos materiais de tratamento e purificação de água, 'kits' de reintegração familiar, educacionais e de recreação, medicamentos contra a malária e doenças diarreicas, tendas, cobertores, bem como cartazes e folhetos de prevenção de doenças.

O fornecimento diário de água potável nos campos, a instalação de tanques e o teste da qualidade da água, para a prevenção de doenças transmitidas por meio desta são outras ajudas prestadas.

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