A empresária e filha do chefe de Estado angolano explicou aos jornalistas que o modelo prevê a criação de uma holding operacional, outra de apoio e serviços logísticos e a função concessionária do sector petrolífero propriamente dito, com o objectivo de "aumentar a rentabilidade, a eficácia a transparência" da empresa.
"A reestruturação quer dizer o acontecimento destas três novas entidades", disse Isabel dos Santos, pouco depois de tomar posse como nova presidente do conselho de administração e administradora não executiva, mas sem adiantar se o processo implica redução no número de trabalhadores, que ultrapassa os 9.000 em pelo menos 17 subsidiárias do grupo Sonangol.
Acrescentou que o "desafio nos próximos 100 dias" passa por "continuar a fazer o diagnóstico profundo" já iniciado, para "perceber melhor os ganhos de eficácia e eficiência que a empresa pode obter rapidamente". "O trabalho que vamos fazer é ver como é que nós podemos aumentar as margens de lucro, ou seja como podemos baixar os custos de produção. Para que seja mais barato produzir petróleo e haja mais lucro", disse Isabel dos Santos.
Recordando que a Sonangol é hoje um "mundo de empresas", a nova administradora, nomeada para as funções na Quinta-feira pelo Presidente José Eduardo dos Santos, promete "analisar as empresas [nos vários ramos] uma a uma". "Queremos resultados positivos em cada uma das empresas do grupo Sonangol", apontou.
Recordando que a crise da quebra da cotação internacional do barril de crude afectou a actividade de todas as petrolíferas, não sendo a Sonangol alheia, Isabel dos Santos enfatizou a prioridade de nas zonas já em produção em Angola "conversar com os parceiros" e fornecedores de forma a perceber como "trabalhar mais rápido e mais barato" na produção de petróleo.
Questionada sobre a necessidade de importação de combustíveis refinados, devido ao défice de produção interna, apesar de Angola ser o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, considerou como "viável" a construção de uma refinaria, mas sem se comprometer com qualquer investimento, apesar de estar prevista uma nova estrutura do género para o município do Lobito. "A seu tempo faremos os estudos necessários para retomar esse processo", apontou.