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Defesa

Angola admite comprar navios militares a Portugal por mais de 30 milhões cada

O ministro da Defesa Nacional de Angola, João Lourenço, admitiu esta segunda-feira a possibilidade de compra de navios militares a Portugal, à margem da visita oficial que o homólogo português, José Pedro Aguiar-Branco está a realizar a Luanda.

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No âmbito desta visita, o governante português faz-se acompanhar do navio-patrulha Figueira da Foz, de 83 metros e o segundo da classe construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que realizará exercícios militares em Luanda. "É uma possibilidade que fica em aberto [compra de navios militares a Portugal], não se fecha porta nenhuma", disse o ministro João Lourenço, questionado pela agência Lusa depois de se reunir com José Pedro Aguiar-Branco, encontro que serviu para firmar um acordo que permitirá reforçar a formação de militares angolanos em Portugal.

A marinha angolana necessita de equipamento, nomeadamente navios, e enfrenta, como os restantes países da região, os problemas de pirataria marítima no Golfo da Guiné. Ainda assim, e apesar de admitir a possibilidade de compra de navios militares a Portugal, o governante angolano sublinhou que esse cenário não foi directamente abordado na reunião com José Pedro Aguiar-Branco.

O ministro português foi hoje recebido no Ministério da Defesa Nacional de Angola com honras militares, tendo transmitido a disponibilidade de Portugal para apoiar o combate à pirataria e narcotráfico naquela área, por afectar rotas marítimas internacionais. "Abordamos essa matéria, ela passa também pelo desenvolvimento e um estreitamento entre nossas marinhas, que já é muito forte, mas que pode e deve ser reforçada, a nível da formação e treino", disse José Pedro Aguiar-Branco.

O executivo angolano encomendou em Setembro, ao Brasil, a construção de sete navios-patrulha com 55,6 metros de comprimento, no âmbito de um Memorando de Entendimento Técnico rubricado entre os dois governos. Em causa está a execução do Programa de Desenvolvimento do Poder Naval Angolano (Pronaval), que contará com o apoio da Empresa Gerencial de Projectos Navais (Emgepron) da Força Naval Brasileira. Quatro dos navios serão construídos no Brasil (Rio de Janeiro) e os três restantes num estaleiro angolano a instalar na província do Cuanza Sul, 200 quilómetros a sul de Luanda. Não foram revelados os montantes deste negócio com o Brasil.

Os navios construídos nos antigos estaleiros públicos de Viana do Castelo, entretanto subconcessionados ao grupo Martifer, contam com uma tripulação de 38 elementos, podem receber um helicóptero Lynx e estão ainda equipados com duas lanchas que podem transportar 25 pessoas. Cada navio custa, em média, mais de 32 milhões de dólares.

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