Esta será a segunda cerimónia de entrega das medalhas comemorativas dos 50 Anos da Independência Nacional que se dividem em duas categorias: a classe Independência, que reconhece o contributo de figuras históricas na luta contra o colonialismo e na fundação do Estado, e a classe Paz e Desenvolvimento, que distingue o papel de cidadãos na consolidação da paz e na construção do país.
Entre os homenageados na classe Independência, destacam-se o escritor Pepetela (Artur Pestana), que foi também guerrilheiro do MPLA; o cantor Bonga, uma das vozes mais conhecidas de Angola; o arcebispo emérito de Lubango e mediador no processo de paz, Zacarias Kamwenho; o músico Waldemar Bastos (já falecido), que viveu em Portugal e projectou a música angolana a nível internacional; e Luandino Vieira, escritor que foi também perseguido pelo regime colonial.
Na classe Paz e Desenvolvimento, vão ser distinguidas personalidades da cultura, desporto e sociedade civil, incluindo José Eduardo Agualusa, escritor internacionalmente premiado; Paulo Flores, um dos cantores mais populares de Angola; o activista dos direitos humanos Rafael Marques de Morais; Pedro Mantorras, antigo futebolista do Benfica; Eduardo Paim, conhecido como “pai” da kizomba; e Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro.
Ainda não existe data marcada para a entrega das condecorações.
Esta segunda ronda de homenagens — com 252 distinguidos na Classe Independência e 445 na Classe Paz e Desenvolvimento — surge meses depois de uma primeira cerimónia controversa, marcada pela exclusão de Jonas Savimbi (UNITA) e Holden Roberto (FNLA), figuras centrais na luta pela independência do país.
A primeira cerimónia ficou marcada pela ausência de alguns dos condecorados, entre os quais o ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, os nacionalistas José Samuel Chiwale, Ernesto Mulato e Miraldina Jamba, também da UNITA, e a antiga primeira-dama, Maria Eugénia Neto.
O ciclo de condecorações vai prosseguir nos próximos meses, com novas cerimónias previstas até ao final de 2025.