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Ministro diz que Angola precisa de uma “grande revolução” para voltar a ser forte produtor de café

O ministro da Agricultura e Florestas de Angola na Quinta-feira que o país precisa de uma "grande revolução" através da aplicação de práticas modernas e sustentáveis para voltar a ser um grande produtor de café.

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"Havia no nosso país a falsa ideia de que éramos um grande produtor de café", começou por dizer, Isaac Francisco Maria dos Anjos, no seu discurso no II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, em Brasília, no qual participaram a convite do Brasil delegações de 42 países africanos, além de representantes de organismos internacionais, como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), de bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições de pesquisa, organizações e cooperativas da agricultura familiar e entidades do sector privado.

"De facto fomos o quarto maior produtor de café", acrescentou o ministro, avisando: "Mas hoje para voltarmos ao mundo do café, ou adoptamos as práticas de uma agricultura sustentável, ou seremos banidos".

"O nosso café não poderá ser vendido se não cuidarmos da pessoa que trata do café", frisou, acrescentando que as fazendas terão "de se adaptar aos códigos modernos".

"Significa uma, grande, grande, revolução", disse, afirmando que o país tem o compromisso de aumentar a produção interna com base no uso de tecnologias adaptadas.

No seu discurso, o responsável disse que Angola enfrenta graves consequências das alterações climáticas, especialmente no sul do país, onde longos períodos de seca têm causado perdas económicas significativas.

Actualmente, Angola possui 35 milhões de hectares de terra arável, mas apenas 17 por cento está em uso, ou seja, cerca de 6 milhões de hectares são efectivamente explorados, disse, recordando que a taxa de irrigação é de apenas cerca de 2 por cento, o que limita fortemente a productividade agrícola e que participação da agricultura no PIB também permanece modesta, não ultrapassando os 4,3 por cento.

Uma missão do sector do agronegócio brasileiro esteve em Angola de 5 a 10 de Maio, com a participação de cerca de 30 empresários brasileiros e do ministro brasileiro da tutela, Carlos Fávaro, que participou de reuniões governamentais e visitas técnica nas províncias de Luanda, Malanje e Cuanza-Norte e ainda reuniões com representantes do sector privado angolano para discutir formas de financiamento.

Vai ser elaborado um documento e, segundo o Ministério da Agricultura, o material será entregue a Lula da Silva por ocasião do encontro presidencial no Palácio Planalto, esta Sexta-feira, com o Presidente João Lourenço. 

"Estamos disponíveis para negociar com o Governo brasileiro as melhores condições para a efectivação desta cooperação estratégica que marcará o inicio de uma nova era de cooperação", disse Isaac Francisco Maria dos Anjos. 

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, recebe esta Sexta-feira o homólogo angolano, no segundo dia da visita de João Lourenço ao Brasil, que será ainda marcado pela assinatura de acordos e por um encontro com um grupo representativo da classe empresarial brasileira.

Fonte do Ministério das Relações Exteriores do Brasil adiantou à Lusa que serão assinados meia dezena de memorandos centrados nos sectores agropecuário e da energia.

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