O director-geral da UIF, Gilberto Capeça, em declarações à imprensa no final do acto, destacou as matérias para as quais tem relevo o protocolo rubricado entre as duas instituições, que visa igualmente o alinhamento das estatísticas entre si.
Gilberto Capeça detalhou que o protocolo permite que a UIF aceda, ou tenha conhecimento, de um conjunto de informações para o fortalecimento das estatísticas dos casos e que nos processos em julgamento de que constem citações sobre crimes de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa, tenham os aportes necessários para que haja condenações.
"No âmbito desse sistema, nós precisamos e devemos trocar informações, fundamentalmente com os órgãos de aplicação da lei – e o Tribunal Supremo é um órgão de aplicação da lei –, logo, é relevante esse protocolo, porque vai permitir que sempre que a UIF necessite de alguma informação ou o próprio Tribunal Supremo também necessite, temos um instrumento que nos permite fazê-lo", explicou.
No âmbito das investigações, a UIF precisa "muitas vezes de ir buscar informações para sustentar" o seu trabalho "em fontes abertas e em fontes fechadas, e o Tribunal Supremo é uma das fontes que nos pode garantir esse tipo de informação", referiu.
O director-geral da UIF disse que Angola "está bem" no que se refere ao combate e prevenção do terrorismo, frisando que a Avaliação Nacional de Risco (ANR) que Angola fez, de 2017 a 2019, assim o indica.
"Nós estamos bem, não temos casos de financiamento ao terrorismo em Angola", destacou, indicando, contudo, que há sim "casos de branqueamento de capitais, associados a crimes subjacentes, que são a corrupção, tráfico de drogas".
Gilberto Capeça afirmou que o crime de branqueamento de capitais deve constituir sempre uma preocupação, observando que o esforço que as autoridades têm vindo a fazer vai no sentido da prevenção.
"Prevenir que casos de branqueamento de capitais não ocorram, porque onde há branqueamento de capitais é porque houve algum fluxo financeiro ilícito, alguém foi prejudicado", afirmou.
Gilberto Capeça, referiu que este tipo de protocolo foi já assinado com a Procuradoria-Geral da República, com o Serviço de Investigação Criminal, com a Administração Geral Tributária.