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SADC criou centro de operações de emergências humanitárias para apoiar membros afectados, anuncia João Lourenço

O Presidente da República – que presidiu, esta Segunda-feira, à Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), sobre o fenómemo El Niño, decorrida virtualmente, visando debater os efeitos da seca e outros fenómenos climáticos extremos na região – informou que a SADC criou um centro de operações humanitárias e de emergência no sentido de responder, de forma coordenada a casos de desastres, bem como apoiar os estados-membros afectados.

: Facebook Presidência da República - Angola
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"Como planos a longo prazo para assegurar uma gestão coordenada de situações de desastres na região, a SADC criou o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC (SHOC) para viabilizar uma resposta coordenada a casos de desastres e apoiar os estados-membros afectados", disse, durante o seu discurso na abertura da cimeira, na qualidade de presidente em exercício da SADC.

Segundo João Lourenço, o centro está a funcionar desde finais de Abril deste ano: "Sinto-me orgulhoso de anunciar que o SHOC entrou em vigor a 28 de Abril de 2024, na sequência da assinatura da maioria de dois terços dos estados-membros da SADC".

"Antevejo, e acho que é também a expectativa dos cidadãos da nossa comunidade, que, com o estabelecimento do SHOC, a região estará melhor preparada para fazer face a situações de desastres a longo prazo. Estou informado de que o centro de aviso prévio do SHOC estará conectado tanto à Sala de Diagnóstico da Situação do Sistema Africano de Aviso Prévio de Múltiplos Riscos e Acção Rápida (AMHEWAS), como aos Centros de Aviso Prévio dos Estados-Membros. Este cenário irá garantir a troca de informações de aviso prévio entre os centros enunciados, a fim de permear a preparação para eventos futuros", acrescentou.

No seu discurso, entre outros aspectos, referiu que "as precipitações sazonais abaixo da média deram origem a défices de água, causando más colheitas e o crescimento reduzido da vegetação necessária para a pecuária e a vida selvagem", tendo ainda demonstrado preocupação com "episódios de fontes de água inseguras" que "aumentaram os riscos e os casos de surtos epidemiológicos transmitidos pela água, tais como a cólera, que grassa em vários países da SADC".

Além disso, na ocasião, o chefe de Estado reforçou o apelo regional de apoio aos estados-membros da SADC com dificuldades para prestar assistência aos afectados pelas secas.

Na sessão foi lançado o apelo da SADC "à Assistência Humanitária em Resposta à Seca Induzida pelo Fenómeno El Niño e aos Ciclones Tropicais Afins, às Inundações e aos Deslizamentos de Terra" que se registam na região, afectando mais de 61 milhões de pessoas, no valor de 5,5 mil milhões de dólares.

"Gostaria de apelar aos Estados-membros da SADC dotados de meios para apoiar os Estados-membros que apresentaram as suas necessidades de resposta a prestar assistência de qualquer tipo, no espírito de solidariedade", referiu João Lourenço.

O presidente em exercício da SADC realçou o momento de crise humanitária que a região atravessa, em consequência do fenómeno El Niño, que tem afectado de forma negativa as vidas e os meios de subsistência de mais de 61 milhões de cidadãos.

João Lourenço lembrou que a região está a ser confrontada por uma seca, por "cheias repentinas e deslizamentos de terra decorrentes quer de chuvas fortes precipitadas pelos ciclones tropicais Gamane e Filipo, que devastaram Madagáscar, quer do ciclone tropical Belal, que passou à tangente pelas Maurícias em Janeiro, provocando chuvas torrenciais e ventos fortes, que causaram inundações e resultaram na perda de vidas humanas, no deslocamento de populações e em danos a infra-estruturas e ao património".

Destacou que os ciclones tropicais tiveram impactos em cadeia no reino de Esuatini, no Maláui, em Moçambique e na Tanzânia, onde as chuvas fortes causaram inundações repentinas, que deram origem a deslocações de populações e a danos a infra-estruturas e ao património.

Em causa estão "programas como transferências de dinheiro, auxílio alimentar e fornecimento de outros artigos de auxílio", referiu, salientando que a gravidade da seca e dos ciclones tropicais associados "exercem pressão imensa sobre a capacidade de resposta da maioria dos Estados-membros afectados".

O apelo regional da SADC visa complementar os esforços feitos pelos estados-membros da região, abrangendo todos os sectores relevantes da economia da região, essencialmente dando resposta às necessidades humanitárias imediatas, bem como às necessidades de desenvolvimento e de reforço da capacidade de resistência a longo prazo.

Além disso, na sua intervenção o chefe de Estado aproveitou ainda para condenar a tentativa de golpe de Estado na República Democrática do Congo, que teve lugar na madrugada de Domingo.

Refira-se que, esta Segunda-feira, além da cimeira, o Presidente da República também esteve em evidência na oitava sessão temática, que contou com a presença do embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana, Miguel César Bembe, na qualidade de orador. Segundo a Angop, na abertura desta sessão temática sobre João Lourenço, o Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, realçou a liderança do chefe de Estado no que diz respeito a promover a paz no continente africano, facto que deve orgulhar os cidadãos nacionais.

 

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