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SADC quer intensificar diplomacia sobre missões militares em Moçambique e RDCongo

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reiterou o apoio à paz em Moçambique e na República Democrática do Congo, e prometeu intensificar a diplomacia sobre as missões que tem nos dois países.

: Facebook SADC
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Numa nota emitida após a cimeira extraordinária da Troika da SADC para defesa e segurança, ocorrida no Sábado em Lusaca, na Zâmbia, a organização regional reiterou "o apoio da SADC aos dois Governos no sentido de alcançar uma paz, estabilidade e segurança duradouras".

"A cimeira reiterou o seu compromisso incondicional de prestar apoio diplomático e militar ao Governo e ao povo da RDCongo, a fim de procurar soluções duradouras ao conflito violento no Leste da RDCongo, e prometeu intensificar a sua diplomacia pública sobre o papel e os êxitos das missões de apoio à paz da SADC, incluindo a SAMIM (missão da SADC em Moçambique) e a SAMIDRC (missão da SADC na RDCongo), a fim de evitar narrativas externas negativas que possam comprometer o êxito das missões de apoio à paz da SADC".

O comunicado não esclarece especificamente que tipo de apoio será agora prestado a Moçambique, mas a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana disse, no Sábado, que a missão militar da SADC vai abandonar o país devido a limitações financeiras.

"A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós (Moçambique) também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário (...)", declarou à emissora pública de televisão moçambicana Verónica Macamo, sem avançar datas específicas, à margem da cimeira.

Embora o comunicado oficial não aborde a questão da saída das tropas de Cabo Delgado, a SADC avançou que, durante a cimeira, a organização regional recebeu o relatório das operações no norte de Moçambique, reiterando o seu apoio ao país para o alcance da paz.

"A cimeira reiterou o compromisso regional expresso no Pacto de Defesa Mútua da SADC de que 'um ataque armado contra um Estado-Membro será considerado uma ameaça à paz e à segurança regionais'".

A SAMIM está em Moçambique desde meados de 2021 e, em Agosto de 2023, a SADC aprovou a prorrogação da missão da SAMIM por mais 12 meses, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva das forças dos oito países da região que a integram.

A SAMIM compreende tropas de oito países contribuintes da SADC, nomeadamente Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Maláui, África do Sul, República Unida da Tanzânia e Zâmbia, "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado".

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência, que desde Dezembro voltou a recrudescer com vários ataques à populações e forças armadas, levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio primeiro do Ruanda, com mais de 2000 militares, e da SADC, libertando distritos junto aos projectos de gás.

Além da situação de Moçambique, a região leste da República Democrática do Congo é, há muito, palco de acções armadas de mais de 120 grupos armados que lutam por uma parte do ouro e de outros recursos naturais da região, enquanto efectuam assassínios em massa.

O resultado é uma das maiores crises humanitárias do mundo, com cerca de sete milhões de pessoas deslocadas, muitas delas fora do alcance da ajuda.

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