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Angola considera que Conselho Executivo da UNESCO pode “influenciar equidade” da instituição

A embaixadora de Angola junto da UNESCO considera que a participação do país no Conselho Executivo da organização, desde 2021, deve servir para uma maior equidade entre os Estados-membros, especialmente contrariando a sub-representação dos países africanos.

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"O Conselho Executivo é um espaço onde se pode influenciar a tomada de decisões no sentido da equidade e de que os países se sintam parte de um todo", afirmou Ana Maria de Oliveira, embaixadora de Angola junto da UNESCO, em declarações à Lusa.

Para a antropóloga que desde a independência de Angola mantém laços com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a actual presença de Angola no Conselho Executivo, que vai durar até 2025, "tem uma estratégia", indicando que o país espera avanços concretos nos âmbitos da ciência e da educação.

"A nossa presença no Conselho Executivo tem uma estratégia e vamos tentar materializá-la nestes quatro anos. Essa estratégia tem a ver com a consolidação de projectos, quer a nível de educação e da investigação científica, que é fundamental e já temos programas que estão a acontecer", indicou a diplomata.

Nesta estratégia, Luanda está também a bater-se para acabar com a sub-representação dos países africanas em estruturas da UNESCO e nos recursos humanos próprios da instituição.

"Há a questão da sub-representatividade de países africanos em alguns programas da UNESCO e na colocação de quadros em todo o mundo. Há países que não estão de todo representados", denunciou Ana Maria de Oliveira.
A antiga ministra da Cultura angolana, que foi também deputada durante duas décadas, tendo chegado como embaixadora à UNESCO em 2020, revelou ainda que o país está a concorrer para integrar o Comité do Património Imaterial da organização, estando também a preparar novas candidaturas para apresentar a este comité.

"Temos jogos tradicionais que se difundem também nos países vizinhos, práticas religiosas de âmbito católico e há ainda a dança rebita, que tem características de danças de salão europeia e ganhou uma grande dimensão. A prática torna-se uma mistura e torna-se um património que não diz respeito só a Angola", explicou.

Estes serão também anos de promoção do único sítio classificado em Angola como Património Mundial, Mbanza Congo, a capital do reino do Congo, um local que Ana Maria de Oliveira ajudou a conservar e promover desde o início dos anos 1990 e que agora deve ser conhecido por todo o mundo.

"Com investigadores e cientistas das mais diversas áreas a legitimarem a classificação de um espaço como o Mbanza Congo, eles levantaram uma série de problemáticas, fizeram investigação e deram relevância a um património que estava à nossa guarda, praticamente desconhecido e que gradualmente se vai valorizando e dando a conhecer ao mundo", concluiu.

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