Sérgio Santos, em declarações à imprensa no final da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, disse que influenciou também a revisão os efeitos da segunda época agrícola do ano passado.
"Fizemos uma revisão da programação macroeconómica executiva e alinhamos a meta de crescimento económico ao OGE [orçamento Geral do Estado]. Estamos na expectativa de sair da recessão económica deste ano e passarmos para um período de estagnação", referiu Sérgio Santos.
O governante disse que políticas activas estão a ser adoptadas, principalmente no sector petrolífero, que tem um peso muito grande no volume da produção nacional.
"Estamos a trabalhar com o sector privado para aumentarmos a produção e por isso mesmo a nossa expectativa, se atingirmos a estagnação será muito positivo", referiu Sérgio Santos, em declarações emitidas pela rádio pública.
O ministro da Economia e Planeamento frisou que a inflação, cuja taxa atingiu no primeiro trimestre 24,2 por cento, continua a gerar o crescimento geral de preços, sendo o crescimento económico "o caminho definitivo para aumentar o volume de bens e serviços disponíveis no mercado".
"E é isso que se pretende saber com as medidas que estamos a adoptar no sentido de aumentar o crédito para a economia e muito brevemente teremos a reserva de segurança alimentar a actuar no mercado para a estabilização dos preços", salientou.
O governante garantiu que há, em relação ao poder de compra e o controlo da inflação, programas e metas concretas, "para reverter num curto prazo a tendência de inflação que existe".
"Queremos crer que o sector não petrolífero vai continuar a crescer com grande dinamismo, portanto, [para] o sector petrolífero, que sofre os efeitos da pandemia, o que está previsto nos próximos trimestres é que a produção recupere e chegue a 1,2 milhões barris/dia. Até Março estava em 1,132 milhões barris/dia", adiantou.
"Se recuperarmos, com o facto de o preço do petróleo também estar a aumentar, agora encontra-se em 69 [dólares por barril], nós poderemos perfeitamente chegar à estagnação ou até mesmo ao crescimento", prognosticou.
Sérgio Santos realçou que economistas estimam um crescimento de 1 por cento."Se calhar estão a apontar no sucesso de todas essas medidas", disse, mas o Governo prefere ser moderado.
"E achamos que, no mínimo, vamos ter estagnação, a menos que aconteça mais um efeito extraordinário e nos coloque outra vez no estado de recessão", acrescentou.