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Centenas de trabalhadores devem perder postos de trabalho após emergência, alertam gestores

Centenas de trabalhadores dos sectores petrolífero e hoteleiro deverão perder os postos de trabalho, após a emergência por conta da covid-19, anunciaram esta Sexta-feira os gestores, justificando "dificuldades para pagar salários" e "manter as empresas funcionais".

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Para os operadores, a suspensão de postos de trabalho e despedimentos "serão inevitáveis", porque os sectores continuam a ser "gravemente afectados" pela pandemia, considerando urgente o apoio do Governo para este "quadro dramático".

Segundo o director dos recursos humanos da Socinger Angola, gestora de rede hoteleira, qualquer empresa "inevitavelmente" vai ter que proceder a suspensão de contratos de trabalho ou despedimentos.

"Porque é impossível ao Governo, que não tem por esta altura condições, para sustentar mesmo a nível da segurança social planos que sejam que muito superior daquilo que está preparado", afirmou esta Sexta-feira no final de um encontro com órgãos do Governo.

Em declarações aos jornalistas, o gestor deu conta que a nível da rede sob sua gestão perto de 50 por cento dos trabalhadores deverão ser despedidos por conta das actuais taxas de ocupação inferior a 90 por cento.

"Quando se tem uma taxa de ocupação num hotel que é 90 por cento inferior a aquilo que era, ter o mesmo quadro de pessoal não faz sentido, não é possível até para poder manter os outros postos de trabalho, são reduções que permitem manter condições mínimas para os outros", argumentou.

O encontro que visou também buscar soluções para travar os despedimentos nesta fase de emergência devido ao novo coronavírus foi promovido, em Luanda, pelo Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social em parceria com outros departamentos ministeriais.

Por sua vez, Ana Pizarro, directora dos recursos humanos da Sonamer Perfurações e Pride Foramer, prestadoras de serviços a empresas petrolíferas, anunciou que a sua empresa deve despedir perto de 400 trabalhadores após o estado de emergência.

"Os despedimentos infelizmente é uma situação extremamente sensível e dolorosa porque temos todo um aspecto profissional, estamos a perder técnicos muito bem preparados, principalmente para as empresas que estão cá há muitos anos", disse.

De acordo com a responsável, a firma "infelizmente" vai solicitar despedimentos colectivos de 380 trabalhadores "porque só tínhamos duas sondas, mas perdemos as duas, não temos sequer fundos de maneio para poder manter os trabalhadores".

Mas, observou, "garantimos que nada vai ser feito antes do levantamento do estado de emergência e mesmo assim até ao momento vamos continuar a pagar salários e tudo o que o trabalhador tem direito até ao fim, custe o que custar".

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