A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social explicou que as empresas estão em situação "periclitante do ponto de vista económico-financeiro".
"Não têm saídas para a prossecução do seu objecto social e pediram, para além dos apoios do executivo que acham insuficiente, também que, em sede da segurança social, se criasse o fundo de desemprego", afirmou Teresa Rodrigues Dias.
A governante assegurou, após um encontro com empregadores sobre despedimentos e suspensão da relação jurídico-laboral no período de emergência, que outras medidas de apoio deverão ser conhecidas "eventualmente a curto prazo".
Pelo menos 3728 pessoas viram extintos os seus postos de trabalho e suspensos contratos laborais, nos últimos dois meses, pelo facto das empresas apresentarem "graves problemas de tesouraria", agravada pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, segundo disse esta Sexta-feira a ministra.
Os sectores da construção, petróleos, indústria e serviços são os mais afectados.
O país cumpre a terceira prorrogação do estado do estado de emergência que estende até 25 de Maio.
O decreto sobre o estado de emergência proíbe despedimentos ou suspensão de contratos de trabalho nesta fase de excepção temporária que visa conter a propagação da covid-19 no país.
Questionada sobre possíveis penalizações aos empregadores incumpridores do decreto com as medidas para enfrentar a pandemia, Teresa Rodrigues Dias admitiu que a questão "é delicada" e está a ser avaliada "com alguma sensibilidade", argumentando que o período "não é para medidas sancionatórias".
"Não estamos nesta fase com faceta para aplicar medidas com consequências jurídico-legais que possam vir a afectar ainda mais as empresas, estamos a acolher ainda num período de sensibilidade e pedagogia no sentido de colhermos também algumas realidades e soluções", notou.