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Oxford Economics: Angola vai enfrentar recessão de 9,3 por cento este ano

A consultora Oxford Economics reviu esta Quinta-feira a previsão de recessão em Angola, agravando a estimativa de crescimento negativo do PIB para 9,3 por cento, o mais elevado na região da África subsaariana, que cai 3,6 por cento.

: Lusa
Lusa  

"Qualquer optimismo sobre a saída da recessão dos últimos quatro anos foi eliminada com a guerra de preços do petróleo em Março, e agravada com a pandemia da covid-19, obrigando-nos a rever a nossa previsão de recessão para 9,3 por cento este ano, o que significa que Angola estará em 2020, pelo quinto ano consecutivo, em terreno negativo", disse o economista Pieter du Preez durante a apresentação do 'webinar' que decorreu esta tarde.

Abordando o impacto da pandemia do novo coronavírus em África, o analista lembrou que o preço do petróleo caiu 40 por cento desde o início do ano e que as previsões da consultora apontam para que só volte à média de 65 dólares por barril em 2026.

Para a Oxford Economics, a região da África subsaariana será uma das mais afectadas pela pandemia, que veio agravar uma situação económica já difícil.

"As políticas de confinamento e de isolamento social vão ter um choque pesado na despesa pública. Por exemplo, um confinamento que dure 12 semanas vai reduzir em 32 por cento o consumo público", segundo a consultora, que alerta que "os défices orçamentais da região vão disparar com o corte de receitas e com os custos das políticas de apoio à manutenção dos empregos".

A África do Sul só deverá voltar ao nível de crescimento económico anterior à pandemia em 2023 e na Nigéria esse nível só deverá ser atingido em 2024, apontam os analistas, que estimam uma queda do PIB mundial de 4,6 por cento este ano e um recuo de 5,1 por cento em África este ano.

Angola está entre os países mais afectados pela pandemia devido à forte dependência do petróleo e ao alto nível de endividamento, o que levou as três agências de notação financeira a piorarem o rating do país nas últimas semanas.

A Fitch Ratings desceu, em 6 de Março, o rating de Angola de "B" de "B-" com perspectiva estável, justificado com o impacto da descida da produção e preços do petróleo e depreciação cambial mais acentuada do que o esperado, o que aumentou os níveis da dívida pública.

A Standard & Poor's, em 26 de Março, baixou a classificação de risco da dívida soberana a médio e longo prazo de Angola de "B-" para "CCC+" com perspectiva estável, mantendo o risco de curto prazo em "B", apontando preocupações quanto ao alcance da consolidação fiscal e aumento dos níveis de dívida pública.

Cinco dias depois, também a Moody's colocou o seu rating de B3 em revisão negativa, para avaliar a credibilidade dos planos e reformas do Governo e a sua capacidade de mitigar o impacto da recente queda nos preços do petróleo na economia nacional.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos subiu de 1959 para 2012, enquanto as infecções aumentaram de 49.352 para 51.698.

O número total de doentes recuperados subiu de 16.315 para 17.590.

Apenas cinco países concentram mais de metade (56 por cento) de todos os casos do continente: África do Sul (15 por cento), Egipto (14 por cento), Marrocos (11 por cento), Argélia (10 por cento) e Nigéria (6 por cento).

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