Numa volta por Luanda e arredores, a agência Lusa encontrou alguns, poucos, postos de combustíveis ainda encerrados, com os abertos a registarem ainda grandes filas, embora menores que as que aconteceram Segunda e Terça-feira.
A par dos automóveis, os postos de combustíveis estão também ainda cheios de viaturas de transporte de mercadorias, táxis e motociclos, bem como de dezenas de jovens que continuam a encher centenas de bidões, tudo sob o olhar de vários elementos da polícia, que está agora presente em muitos postos.
A Sonangol, empresa encarregada da distribuição do combustível em todo o país, intensificou já o transporte para Luanda e para as províncias, embora continue a não adiantar mais pormenores desde que difundiu, no sábado, um comunicado a assumir a quase rutura de "stocks" e a garantir que o mercado seria regularizado em dois ou três dias.
As críticas na imprensa e nas redes sociais ao "quase apagão" de Angola têm sido bastantes, pondo sobretudo em causa o facto de um país produtor de petróleo não conseguir abastecer o mercado interno e também que a falta de comunicação entre a Sonangol e o Estado é uma "desculpa que não convence".
Segundo dados oficiais, Angola importa 80 por cento do crude refinado que consome, sendo os restantes 20 por cento assegurados pela Refinaria de Luanda - estão em construção novas refinarias em Benguela e Cabinda.
Para o abastecimento dos camiões, a Sonangol está a usar os pontos do Terminal Marítimo de Luanda "São Pedro da Barra" e da Boavista (1 e 5), havendo indicações de que petroleiros atracados na Base da Sonils transportaram combustível "suficiente para o consumo de um mês", a medida prevista nos procedimentos normais de importação.
A falta de combustíveis, que está a afectar, agora com menor intensidade, todo o país desde a passada Sexta-feira, foi gradualmente paralisando todos os sectores produtivos e originou graves problemas de energia, sobretudo nas províncias do interior, dependentes do combustível para fornecer electricidade.
Um litro de gasolina em Angola custa, oficialmente, 160 kwanzas, enquanto o de gasóleo ascende a 135 kwanzas.