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Universidades angolanas e portuguesas juntam-se para dinamizar processos académicos

Um grupo de quatro universidades nacionais, denominado G4, foi lançado em Luanda, iniciativa inédita que contará com o apoio de duas instituições do ensino superior portuguesas e que pretende dinamizar os processos académicos.

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O grupo, composto pela Universidade Católica de Angola, Universidade Independente de Angola, Universidade Gregório Semedo e Universidade Privada de Angola, assinou esta Quarta-feira, em Luanda, um acordo de cooperação com a Universidade Aberta de Lisboa e o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas igualmente de Lisboa.

Na sua intervenção, o presidente do Conselho de Reitores do G4, o reitor da Universidade Católica de Angola, José Cacuchi, referiu que assinatura deste protocolo marca o arranque de acções oficiais deste grupo, no domínio da cooperação interna, uma preocupação e vontade de crescimento conjunto das referidas instituições.

Segundo o reitor, este protocolo simboliza ainda a "originalidade de uma ousadia consubstanciada numa cooperação multi-institucional, multidimensional e sul-sul, cuja nobreza reside na estratégia de juntar sinergias para optimizar os recursos físicos e o capital humano" das partes.

José Cacuchi referiu ainda que o grupo pretende colher experiências das suas congéneres portuguesas para que numa "dinâmica de interesses mútuos" consiga tirar proveito das boas práticas destas instituições, "visando o melhor serviço à sociedade e descoberta do tesouro mais sublime da humanidade escondido no conhecimento humano".

O presidente do Conselho de Reitores do G4 augurou ainda a possibilidade de uma revolução do ensino superior em Angola com acções e parcerias que confiram aos seus processos académicos, administrativos e investigativos "um valor adicional que lhe permita competir com as melhores instituições de ensino superior" de África e mais tarde no plano internacional.

Por sua vez, o presidente do instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa, Manuel Meirinho, manifestou disponibilidade para coopera, ajudar e intervir, no referido projecto, que considerou "um grande desafio".

Manuel Meirinho salientou que a colaboração irá funcionar baseada na "regra de ouro", de que "a cooperação não se impõe". Sublinhou que actualmente, a internacionalização é o grande desafio que as universidades têm que ganhar, para além da capacitação.

"Este protocolo também significa um reforço da cooperação entre países e as universidades são porventura as primeiras instituições a ter que responder a esse desafio, ultrapassar a esfera da sua própria academia e também serem elas promotoras de uma cooperação mais alargada", disse.

Já a vice-reitora da Universidade Aberta de Lisboa, Carla Padrel de Oliveira, destacou o carácter inovador do projecto, traduzido na junção de sinergias entre várias instituições dos dois países.

Carla Padrel de Oliveira, realçando o número crescente de instituições universitárias presenciais que estão também a investir na modalidade de ensino à distância e nas modalidades mistas - presencial e ensino à distância 'online', manifestou a importância da uniformização dos diplomas no mundo da Língua Portuguesa, à semelhança do que acontece no espaço europeu de Bolonha.

De acordo com a vice-reitora, é necessário aplicar-se um sistema que permita uma maior agilidade do reconhecimento dos diplomas no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), dificuldade existente devido à falta de legislação e políticas orientadas para estas novas realidades.

"É uma missão da Universidade Aberta contribuir para alargar as boas práticas de ensino à distância e ampliar o capital de conhecimento acumulado e por isso estamos também presentes em redes internacionais de educação à distância e contribuímos também para o desenho de novos cenários de ensino â distância no século XXI", disse a responsável.

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