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Economia

Strive Masiyiwa: homem mais rico do Zimbabué acredita que Angola vai superar a crise

O empresário e filantropo Strive Masiyiwa mostrou-se optimista sobre a evolução económica de Angola e Moçambique, considerando que o principal desafio destes países e do resto do mundo é o desemprego dos jovens.

Picasa:

"O principal desafio que África enfrenta não é só africano, é global, e chama-se desemprego, principalmente a criação de emprego para os jovens, que é o maior desafio do mundo", disse Strive Masiyiwa em entrevista à Lusa à margem da sua participação na conferência Horasis Global Meeting, que terminou esta Segunda-feira em Cascais, nos arredores de Lisboa.

Questionado sobre a evolução previsível das economias de Angola e Moçambique, o homem mais rico do Zimbabué manifestou-se optimista e disse que, alcançada a paz nos dois países, há todas as condições para um futuro risonho.

"Estou muito optimista sobre Angola porque sou suficientemente velho para me lembrar do tempo em que pensava que este país nunca ia ficar em paz. Eu lembro-me de Savimbi a andar pelo país em 1975... Angola é um país jovem, mas olhando para o arco da história, estou numa situação esperançosa, estou optimista, mas não escondo os desafios", disse.

Relativamente a Moçambique, Strive Masiyiwa considerou que o gás pode mudar o futuro do país: "Pode ser uma economia fenomenal, porque olhando para o tamanho da economia e para a escala das descobertas de gás, os políticos só precisam de se entender e perceber que têm uma oportunidade única de tornar o país na mais extraordinária economia dos próximos 25 anos".

O fundador e presidente executivo do grupo de telecomunicações Econet Wireless comentou ainda a desaceleração económica de Moçambique, desvalorizando o abrandamento: "Eu nasci no Zimbabué e vivi de perto o período da guerra, portanto se agora desceram de um crescimento de 7 por cento ao ano, que conseguiram durante décadas, para 5 por cento ou 3 por cento, eu não me vou queixar porque o país tem um futuro extraordinário".

Sobre África, Strive Masiyiwa concordou que "a narrativa sobre 'África em Ascensão' está correcta, basta lembrar que temos tido crescimento de 5 por cento ao longo de duas décadas e que num continente de 54 nações, não há uma que esteja em confronto com outra, e isto é histórico".

Em 1990, quando Nelson Mandela saiu da prisão, "havia sete países com eleições democráticas regulares, e hoje há menos de sete países que não têm eleições regulares", lembrou o filantropo africano, vincando que a juventude de África representa uma enorme oportunidade para a mudança.

"Lidar com a empregabilidade dos jovens é um desafio global, não é só um problema africano, e o mesmo acontece com as migrações", diz o empresário, notando que "o problema de raiz é como garantir investimento suficiente em África par criar empregos que não deixem que se criem forças desestabilizadoras a nível global".

As migrações de africanos para a Europa são um exemplo, disse, criticando que "a Europa debate sozinha o problema, os africanos debatem sozinhos o problema, ninguém faz uma grande conferência mundial sobre isto nem ataca o problema de raiz e, entretanto, há 500 pessoas a afogarem-se no Mediterrâneo todos os anos".

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