Os dados constam de um relatório mensal do Banco Nacional de Angola (BNA) consultado pela agência Lusa, que indica que em todo o mês de Março os bancos comerciais compraram aos clientes (essencialmente petrolíferas) 234,5 milhões de dólares em divisas, volume que tem vindo a crescer ligeiramente.
Durante o mês de Março, o BNA vendeu directamente aos bancos comerciais divisas no valor de 550,49 milhões de dólare, indica o mesmo relatório. No total, os bancos comparam por dia, em Março, cerca de 25,5 milhões de dólares, uma quebra homóloga de 50,3 por cento.
O governador do BNA, Valter Filipe, reconheceu no início de maio que a banca nacional está a ser colocada "à margem" do sistema financeiro mundial, defendendo a urgência em credibilizar o sector. O governante aludia à falta de acesso dos bancos angolanos ao circuito internacional de divisas, por dúvidas dos reguladores internacionais sobre credibilidade das instituições. Para Valter Filipe, é necessário implementar "ética e moral" na banca angolana, devendo ser colocada ao "serviço do bem comum".
A falta de divisas nos bancos, em função da procura, dificulta, por exemplo, importações, transferência de salários dos trabalhadores de expatriados, necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país e os que viajam para o estrangeiro.