Numa nota de protesto, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social desmentiu o suposto cessar-fogo anunciado pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), referindo que "a situação sócio-política e militar" no território "é estável".
O executivo negou ainda a existência de qualquer conflito armado no território e repudiou "as supostas negociações entre o partido político UNITA e o citado grupo terrorista conforme propala certa imprensa".
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) anunciou em Março passado que vai submeter ao parlamento um projecto de resolução para "exigir o fim imediato e incondicional das hostilidades militares" na província de Cabinda e "início imediato das negociações de paz".
O grupo parlamentar da UNITA sustenta que a sociedade civil de Cabinda, os movimentos reivindicativos e a população querem e defendem o diálogo inclusivo para a resolução do problema político-militar e histórico de Cabinda.
A FLEC-FAC reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província no norte de Angola, de onde provém grande parte do petróleo do país, evocando o Tratado de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protectorado português.
O Estado-Maior das Forças Armadas Cabindesas (FAC) anunciou na Segunda-feira que foi decretado um cessar-fogo unilateral, com efeito imediato, por um período de dois meses, em todo o território da província de Cabinda.
No comunicado refere-se que a decisão, em concordância com a direcção política da FLEC-FAC, surge após consultas internas com a direcção política da FLEC e "insere-se num desejo claro de criar um clima propício para um diálogo sério com as autoridades angolanas para pôr fim ao conflito de Cabinda".
"A decisão da FLEC-FAC surge também na sequência da divulgação da iniciativa do partido angolano UNITA [União Nacional para a Independência Total de Angola, maior partido da oposição] e da proposta que disse que irá apresentar ao parlamento angolano", refere-se no comunicado.