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Bispo de Cabinda diz que a paz tem de chegar para todos

O bispo de Cabinda encorajou esta Quinta-feira o Presidente a continuar a dar “sinais de reconciliação” e salientou que é também preciso que a paz “chegue para todos”, chamando a atenção para os antigos militares das FLEC.

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À saída de uma audiência com João Lourenço, que iniciou esta Quinta-feira, uma visita de três dias aquela província do Norte, Belmiro Chissengueti, disse que o encontro foi "bom" e "bastante cordial", abordando várias questões.

"Encorajámos o senhor Presidente a continuar estes bons sinais de reconciliação que tem dado nos últimos tempos", disse aos jornalistas, referindo-se ao encontro recente do chefe do Executivo com o líder da oposição, Adalberto da Costa Júnior (UNITA), que "ajudou a amainar os ânimos e a tensão um pouco por todo o país"

"É algo que deve continuar para o bem da paz e da reconciliação nacional", apelou.

O eclesiástico apresentou igualmente a questão dos antigos militares das Forças de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), "um processo que não foi bem terminado e que deve ser acompanhado justamente por que há necessidade de se assegurar que a paz chegue para todos".

"Há promessas feitas e devem ser realizadas para o bem da paz e da reconciliação aqui na nossa terra de Cabinda", salientou.

Questionado pela Lusa sobre se existe, de facto, um aumento dos confrontos com movimentos separatistas na região, como a FLEC tem anunciado na última semana, disse que não foi abordada a questão militar.

"Esta parte militar competirá ao Estado Maior ou às Forças Armadas que têm, de certeza, uma informação mais apropriada. Fica o dado de que o processo de paz tem de abranger todo o país e temos de ter serenidade para poder enfrentar as questões que nos são colocadas", declarou.

O bispo falou também sobre o novo hospital, "uma grande obra que foi inaugurada hoje" apelando também à participação dos cidadãos para que as infra-estruturas se possam manter em bom estado, e apontou a degradação de estradas que dificulta a mobilidade na província.

Propôs ainda um novo modelo habitacional que não crie "uma espécie de apartheid social", mas que seja inclusivo.

Sobre a dívida pública, disse que "sufoca o empresariado" local e que deve ser resolvida para que os empresários encontrem algum desafogo na sua actividade.

Outro dado importante," muito acentuado em Cabinda", é o da emigração ilegal.

"É certo que todos os países do mundo têm emigrantes, mas devem ser legalizados para que possam agir nos marcos da lei", afirmou.

Pediu também mais atenção para a questão da empregabilidade, sobretudo para as mães, que por vezes têm de se separar das famílias, um tema reforçado pelo representante das plataformas ecuménicas.

Próspero Ncata, falou sobre temas ligadas ao emprego pedindo mais centros de formação profissional, já que muitos jovens não têm acesso à universidade.

O assunto foi retomado também pela representante dos jovens, Amélia Tati, que na audiência com João Lourenço, identificou o desemprego entre os principais problemas que afectam a juventude cabindense.

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