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Médicos suspendem greve por um mês devido à elevada mortalidade nos hospitais

Os médicos angolanos suspenderam, por um mês, a greve que durava desde 21 de Março, devido à elevada mortalidade registada nos hospitais e acusam o Governo de ter iniciado “uma caça às bruxas”.

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Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea), Adriano Manuel, diz que a decisão de interromper a greve, entre os dias 25 de Abril e 27 de Maio, foi tomada na assembleia-geral que decorreu no passado Sábado.

"Temos vindo a verificar um elevado índice de mortalidade nos hospitais, perante a insensibilidade do governo. Se continuássemos em greve estaríamos igualmente a ser insensíveis e por isso tomámos esta decisão", justificou.

Segundo Adriano Manuel, num só dia, um dos hospitais de Luanda - que não quis identificar - atingiu um pico de 30 mortes. "Foi isso que nos fez recuar no nosso posicionamento", sublinhou
O dirigente sindical afirmou que o Ministério da Saúde tem colocado nos bancos de urgência médicos recém-formados e estagiários que ainda não adquiriram as competências necessárias, o que terá influenciado o número de mortes.

Adriano Manuel acusou também o executivo de ter começado uma "caça às bruxas" logo após o regresso dos médicos, enviando para os seus hospitais de origem médicos grevistas e que estavam a especializar-se, situações que se têm verificado sobretudo nos hospitais David Bernardino, Américo Boavida e no Instituto Oftalmológico (IONA).

Por tudo isto, o Sinmea recorreu à justiça e avançou com uma acção popular contra vários dirigentes hospitalares e o Ministério da Saúde, "pelos actos administrativos que têm vindo a praticar durante o período de greve e que lesam a saúde pública", bem como uma petição que será entregue à Assembleia Nacional, procurador-geral da República e provedor de Justiça.

Com a suspensão da greve, o responsável espera também que seja aberta uma via para o diálogo e que o Governo retome as negociações.

 

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