A estimativa preliminar sobre a perda de rendimentos e empregos no sector, consultada pela Lusa, vem expressa num estudo sobre o "Impacto Económico da Covid-19 e Oportunidades de Transformação", elaborado pelo Ministério dos Transportes.
Segundo o documento, o sector empresarial do Estado representa 7 por cento dos empregos, o sector privado formal 37 por cento e os restantes 56 por cento representam o sector informal, pelo que o subsector rodoviário "sofrerá maior impacto em termos absolutos".
Para o órgão ministerial que superintende os transportes em Angola, não obstante o cenário que se apresenta para o subsector rodoviário, "o impacto estrutural e a redução relativa deverá ser mais significativa no subsector da aviação civil".
O estudo aponta que o subsector da aviação civil conta com 5542 trabalhadores do sector empresarial público e privado registados na segurança social, e desse universo estima uma potencial perda de 3048 postos de trabalho.
A nível do subsetor marítimo e portuário estão registados na segurança social 3217 trabalhadores, estimando-se que operam nele 3782 trabalhadores e a perda de 2082 postos de trabalho.
De acordo com o estudo, no domínio ferroviário estão contabilizados 3766 funcionários e 2071 postos de trabalho deverão ser perdidos enquanto durar a pandemia de covid-19.
Já a nível do subsetor rodoviário público e privado, num universo de 164.040, estão registados na segurança social 65.616 e pelo menos 90.222 postos de trabalho devem ser perdidos.
O sector empresarial público dos transportes, segundo o ministério, conta com 13.178, nomeadamente 3350 na transportadora área TAAG, 1196 na Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA), 2417 em empresas portuárias e nos caminhos-de-ferro estão contabilizados 3766 funcionários.
A transportadora rodoviária TCUL conta com 1736 trabalhadores e a Unicargas com 713.
Entre as medidas de mitigação do recém-aprovado estado de emergência, o Ministério dos Transportes defende a criação de um Fundo de Investimento para o Desenvolvimento de Infraestruturas com base nas "receitas de monetização de activos estruturantes e de prémios de contratos de concessões de exploração".
O departamento ministerial estimou, na Segunda-feira, que o setor regista perdas de receitas que ascendem aos 1000 milhões de dólares devido à covid-19, e que as empresas necessitam de mais de 200 milhões de dólares para tesouraria.