Ver Angola

Sociedade

Má nutrição crónica atinge 30 por cento das crianças até aos cinco anos

A má nutrição crónica atinge 30 por cento das crianças com menos cinco anos em Angola, de acordo com o Relatório Global 2020 sobre Crises Alimentares.

: Unicef
Unicef  

Segundo este relatório, apenas 33 por cento das crianças até aos cinco anos no nosso país tem uma alimentação minimamente diversificada para o seu crescimento e desenvolvimento.

O ranking, divulgado esta Terça-feira pelas Nações Unidas, com os países da África Austral onde vivem mais crianças com menos de cinco anos que são cronicamente mal-nutridas, é liderado pela Tanzânia (45 por cento), seguindo-se Moçambique (43 por cento), Madagáscar (42 por cento) e República Democrática do Congo (42 por cento) e o Maláui (37 por cento).

Segue-se a Zâmbia (35 por cento) e o Lesoto (34,5 por cento), Angola (30 por cento), Suazilândia (26 por cento) e Zimbábue (24 por cento).

Nesta região do continente africano, mais de 30 milhões de pessoas em 11 países (Angola, República Democrática do Congo, Suazilândia, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Moçambique, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue) enfrentaram uma crise e níveis de insegurança alimentar aguda.

Os relatores recordam que a África Austral está a sofrer as consequências da crise climática, aquecendo o dobro do ritmo global, tendo muitos países sido fustigados por múltiplos choques climáticos em 2019.

A região teve apenas duas épocas agrícolas desde 2012 e muitas zonas ainda não recuperaram do impacto do devastador "El Niño" (2015-2016).

No ano passado, Angola, Botswana, Namíbia e Zimbábue declararam o estado de emergência devido à seca.

Em Março e Abril de 2019, a região foi atingida por dois ciclones tropicais consecutivos, Idai e Kenneth, que deixaram um rasto de morte, danos e destruição no Malawi, Moçambique e Zimbábue.

Esta foi a primeira vez em que dois ciclones atingiram a costa de Moçambique com um intervalo tão curto.

Na região da África Ocidental, Sahel e Camarões, mais de 12,3 milhões de pessoas em 15 países analisados estavam no ano passado em crise alimentar, o terceiro de cinco níveis definidos neste relatório.

O número de pessoas mais afectadas pela crise alimentar era mais elevado no norte da Nigéria (5 milhões), Camarões (1,4 milhões), Níger (1,4 milhões) e Burkina Faso (1,2 milhões).

Nesta região, os extremos climáticos também desempenharam um papel fundamental na segurança alimentar na região, juntamente com os efeitos dos conflitos e da insegurança.

Foram, nomeadamente, os principais impulsionadores da insegurança alimentar aguda em Cabo Verde, na Costa do Marfim, na Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia e Senegal, onde um total de 1,6 milhões de pessoas estavam em crise ou pior.

Este relatório, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), deverá ser apresentado hoje ao Conselho de Segurança da ONU.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.