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Economia

Fitch Solutions: Kwanza vai cair 30 por cento este ano acompanhando tendência em África

A consultora Fitch Solutions alertou que a pandemia da covid-19 vai pressionar as moedas africanas, apontando os casos da África do Sul, Angola e Moçambique como algumas das moedas mais vulneráveis às quedas.

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"O rand sul-africano é particularmente vulnerável, já que está ligado à aversão de risco nos mercados emergentes, mas as moedas de Angola, Botsuana e Moçambique também serão afectadas", escrevem os analistas, antevendo uma queda de mais de 30 por cento no valor do kwanza.

Numa nota sobre a evolução das moedas nacionais de algumas economias africanas este ano, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de 'rating' Fitch consideram que "a elevada aversão ao risco no seguimento da covid-19 vai originar uma forte procura pelo dólar e um aumento da fuga de capital devido à alta inflação e às fracas métricas das economias, o que leva a mais fraqueza das moedas".

O metical caiu quase 8 por cento face ao dólar este ano e deverá "enfrentar mais pressões este ano devido ao aumento da inflação originada pelo impacto dos preços alimentares na sequência do mau tempo do ano passado", nota a Fitch Solutions, alertando que "a descida das taxas de juro para 11,25 por cento em Abril prejudica a atractividade do metical".

Sobre Angola, os consultores dizem que, na sequência da queda de 14,4 por cento do valor do kwanza face ao dólar este ano, "a queda deve continuar devido à reduzida entrada de dólares num contexto de preços baixos do petróleo, o que vai pesar ainda mais na taxa de câmbio do kwanza e no volume de reservas estrangeiras".

Ainda assim, notam, a queda não deverá ser tão pronunciada como em 2018 e no segundo semestre do ano passado, depois de o Governo ter abandonado o valor de referência de 167 kwanzas por dólar no âmbito das reformas económicas para atrair investimento externo, permitindo uma queda de 52,4 por cento do kwanza em 2018.

"Antevemos que o kwanza caia 31,2 por cento durante este ano, para uma média de 530,4 kwanzas por dólar, o que compara com os 364,8 dólares em 2019, com o banco central a tentar aliviar o ritmo da depreciação", notam os analistas, que chamam a atenção para os efeitos desta queda no peso da dívida.

"Um kwanza depreciado vai tornar o pagamento da dívida pública externa, que estimamos ter ficado nos 47,4 por cento do PIB em 2019, mais caro para o Governo, o que vai incentivar o Banco Nacional de Angola a limitar a depreciação da moeda durante este ano", concluem os analistas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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