Numa ronda feita por alguns dos bairros da capital, as kinguilas transaccionavam um dólar por entre 415 a 420 kwanzas. Trata-se de uma cotação, do mercado informal, que se mantém inalterada desde meados de Fevereiro e contrasta com os 475 kwanzas do final de Janeiro, o mesmo acontecendo com a moeda europeia.
No pico da crise cambial, desde finais de 2014, cada nota de dólar chegou a ser transaccionada na rua a mais de 600 kwanzas, quase quatro vezes acima da taxa de câmbio oficial.
Na mesma ronda, a Lusa encontrou o euro a ser transaccionado na rua, igualmente em bairros como Maculusso, Mutamba ou São Paulo, a entre 510 a 520 kwanzas, também inalterado há dois meses, contrastado com os 580 kwanzas do final de Janeiro.
A falta de kwanzas no mercado é a explicação apontada por todas as kinguilas para a manutenção prolongada da cotação do dólar e do euro, resultando na prática, devido à retirada de moeda de circulação física, numa valorização da moeda nacional.
Na prática, e apesar de continuar escassa a quantidade de divisas nos bancos, o preço no mercado paralelo não dispara, como aconteceu em anos anteriores.
A retirada de dinheiro de circulação física tem sido uma medida adoptada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para conter a escalada da cotação do euro e do dólar no mercado informal, alternativo, embora ilegal e a preços especulativos, para angolanos e expatriados que não conseguem comprar divisas aos balcões dos bancos, face à crise cambial.