Na avaliação divulgada pela Fitch, a agência refere que esta melhoria na perspectiva sobre Angola, na notação do risco da dívida externa de longo prazo (Long Term Foreign-Currency Issuer Default Rating - IDR), "reflecte melhorias na gestão do regime cambial", bem como a adopção pelo Governo de "uma agenda de reformas ambiciosa". Incluindo ajustamentos monetários, fiscais e estruturais, "que irão diminuir a vulnerabilidade externa e melhorar as finanças públicas", lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.
A "materialização" de um programa de assistência pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sem envelope financeiro associado, que Angola já solicitou, servirá "como um factor positivo adicional", aponta a agência de rating.
A Fitch acrescenta que as perspectivas de recuperação económica de Angola "melhoraram significativamente" em consequência da subida do preço do petróleo, mas também com "os ajustamentos monetários e fiscais" em curso por parte do Governo liderado pelo Presidente João Lourenço.
O ajuste cambial iniciado pelo Banco Nacional de Angola (BNA) em Janeiro de 2018 – que já levou a uma desvalorização do kwanza face ao euro de quase 32 por cento, com a taxa de câmbio formada a partir de leilões de divisas – é considerado pela Fitch como o "desenvolvimento mais importante" preconizado pela nova governação.
Contudo, a manutenção do rating da dívida pública em nível de lixo – interna e externa, longo e curto prazos – reflecte, segundo a Fitch, a "alta dependência" do nosso país da exportação de petróleo, o peso elevado da dívida pública e o nível reduzido das reservas internacionais.