Em declarações, hoje, à agência Lusa, à margem de um seminário dedicado à projecção internacional da língua portuguesa, em Guimarães, Murade Murargy salientou ainda que "muitos países" pediram também ajuda aquele fundo, embora reconheça a "situação específica" de Angola.
Na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, pedido justificado pelo Ministério das Finanças angolano com a necessidade de aplicar políticas macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam às necessidades financeiras do país.
"É normal, é natural que aconteça. Acontece porque o preço do petróleo quebrou. Não é só Angola, outros países também sofrem com isso"', afirmou o responsável da CPLP.
Segundo Murargy, "Angola tem a sua situação específica" mas a ajuda solicitada ao FMI é "muito pontual" e foi feita no "momento exacto".
O secretário-executivo fez ainda questão de salientar que a república angolana "não foi a única a pedir ajuda, muitos países o fizeram" porque, disse, "esta não é uma crise só de Angola, é geral".
Sobre a CPLP, o dirigente apontou a "construção do pilar económico" daquela comunidade como uma "realidade em execução" mas reconheceu dificuldades.
"Está-se a construir [o pilar económico], a classe empresarial da língua portuguesa está a ganhar um grande dinamismo, isto [a globalização económica da CPLP] está a acontecer mas não é fácil, não é a CPLP que vai fazer os negócios, mas sim criar as condições necessárias para que o mundo empresarial da comunidade possa agir e actuar nela", apontou.