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Economia

Crescimento do risco do país já antecipava desfecho, afirma consultora Aon

O director da consultora de seguros Aon Financial Solutions disse à Lusa que o risco de Angola estava a aumentar nos últimos anos e que o pedido de assistência financeira ao Fundo Monetário Internacional já era esperado.

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"Quem tem vindo a analisar a informação e evolução do nosso Mapa de Risco Político ao longo dos últimos anos, constatando o aumento desta tipologia de risco em Angola, poderia já de alguma forma antecipar esta notícia", disse Pedro Pinheiro à Lusa, reagindo ao pedido de abertura de negociações com o FMI para um programa de ajuda financeira com a duração de três anos.

"O mercado segurador apresentava restrições ao nível da cobertura específica de transferência de divisas, muito por culpa dos sinais cada vez mais claros de que a influência do baixo preço do petróleo e a consequente necessidade de uma maior intervenção do Estado na economia poderiam indiciar este desfecho", acrescentou o responsável.

"A economia não relacionada com o petróleo, embora cresça, permanece pequena, pelo que o empréstimo do FMI poderá ser fundamental para que o país efectue as reformas necessárias para não estar tão dependente deste sector e poder desenvolver outros sectores de actividade, como por exemplo a agricultura e pescas", concluiu.

O Ministério das Finanças de Angola justificou hoje o pedido de ajuda externa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com a necessidade de aplicar políticas macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam às necessidades financeiras do país.

"Com o objectivo de desenhar políticas macroeconómicas e reformas que restaurem o crescimento económico forte e sustentável, de fortalecer a moldura institucional que suporta as políticas económicas, de lidar com as necessidades da balança de pagamento, e manter um nível adequado de reservas internacionais, o Governo pediu o apoio do FMI para complementar a atempada resposta ao declínio dos preços do petróleo", lê-se num comunicado do Ministério das Finanças.

O documento não anuncia qual o valor da assistência financeira, centrando-se antes na assunção de um conjunto de compromissos políticos que passam pelo aumento da transparência das contas públicas, maior diversificação económica e pela promessa de um reforço da aposta nas áreas da agricultura, pescas, minas, educação, serviços financeiros, água, serviços básicos e saúde.

As discussões deste empréstimo e do apoio institucional às políticas macroeconómicas de Angola deverão começar nas Reuniões de Primavera, no final da próxima semana, seguidas de mais negociações em Angola.

O comunicado do ministério angolano assinala que as "discussões vão definir claramente o âmbito das medidas políticas necessárias dado os requisitos do Programa de Financiamento Ampliado [Extended Fund Facility, na expressão em inglês], com um foco forte nas reformas estruturais para lidar com as fraquezas institucionais e económicas, mantendo a estabilidade macroeconómica e financeira, libertar o potencial económico do sector privado e reduzir a dependência do sector petrolífero".

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