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RDCongo: clérigos instam João Lourenço a trabalhar para “rápida estabilidade” no país

O clero da República Democrática do Congo (RDCongo) em “diplomacia eclesiástica”, em Luanda, instou esta Segunda-feira o Presidente da República e da União Africana (UA), João Lourenço, a trabalhar para a paz e “rápida estabilidade” do seu país.

: Facebook Presidência da República - Angola
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Uma delegação do clero da RDCongo, chefiada pelo presidente da Conferência Episcopal Nacional do Congo (ENCO), Fulgence Muteba, foi recebida esta Segunda-feira, em audiência, pelo Presidente, João Lourenço, no Palácio Presidencial em Luanda.

O actual conflito no leste da República Democrática do Congo norteou a conversa entre João Lourenço e os religiosos congoleses, como disse, no final da audiência, o reverendo Éric Nsenga, referindo que a sua deslocação se enquadra numa "diplomacia eclesiástica".

"Como sabem, a RDCongo está a viver um período difícil, um período de conflito, razão pela qual nós os prelados temos essa necessidade de falar com os diversos actores e hoje viemos ter com o Presidente João Lourenço, que um actor muito importante neste processo", disse aos jornalistas.

Éric Nsenga destacou a figura de João Lourenço não apenas na qualidade de mediador do conhecido processo de Luanda – para a paz na RDCongo – mas também como actual presidente da União Africana.

"E pensamos que o Presidente João Lourenço poderá jogar um papel muito importante para podermos encontrar soluções para resolver esta crise que ainda está a pairar na RDCongo", referiu, considerando que o chefe de Estado angolano já deu mostras de empenho neste processo.

João Lourenço, na qualidade de presidente da União Africana, será o "piloto" dos processos de Luanda e de Nairobi, como realçou o porta-voz da delegação, referindo que o Presidente deve trabalhar na "base dos esforços já realizados" no sentido de se encontrar "rapidamente uma solução para esta crise que já dura há bastante [tempo]".

"A nossa deslocação também tem a ver com o beber do exemplo de Angola, que passou quase uma situação praticamente similar à nossa, que estamos a viver, razão pela qual viemos beber da 'expertise' dos angolanos como chegaram a pôr termo a essa situação", concluiu o reverendo Éric Nsenga.

Nairobi é o local de um dos processos de paz lançados nos últimos anos para pôr fim à violência de mais de uma centena de milícias que operam no leste da RDCongo, enquanto uma outra iniciativa conhecida como processo de Luanda, sob a mediação do Presidente angolano, se centrou especificamente no conflito do M23.

No âmbito do processo de Luanda, foi acordado um cessar-fogo falhado entre as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) e o M23 a 31 de Julho de 2024.

A actividade armada do M23 – um grupo constituído maioritariamente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994 – recomeçou em Novembro de 2021 com ataques contra o Exército congolês no Kivu do Norte e, desde então, o grupo tem vindo a avançar em várias frentes, fazendo temer uma possível guerra regional.

O conflito entre a RDCongo e os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, intensificou-se nos últimos meses e o movimento armado ocupou em finais de Janeiro a capital da província congolesa do Kivu do Norte, Goma.

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