A Presidência da República, em comunicado a que o VerAngola teve acesso, informa que a reunião decorreu no final da manhã desta Terça-feira, no Palácio Presidencial.
"Em substância, tratou-se de uma diligência diplomática no quadro dos últimos acontecimentos tanto no terreno (deterioração acelerada da situação de segurança no Leste da RDC) como no plano político-diplomático, onde se destaca a reunião do Conselho de Paz e Segurança da passada Sexta-feira em Adis-Abeba, Etiópia", lê-se na nota.
Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, informou que a "recente avaliação do evoluir da situação de segurança na região leste do Congo Democrático em Adis Abeba colocou a questão de se saber quais os passos a dar depois das constatações feitas".
“Como sabemos é uma situação que preocupa o continente, depois da reunião do Conselho de Paz e Segurança realizada em Adis Abeba [no contexto da 38.ª cimeira da União Africana] justamente dedicada a este conflito, era necessário vermos os próximos passos relativamente à procura de soluções para esta situação tensa para o continente e para quem tem responsabilidade de velar pelos destinos da União Africana", disse.
"Na parte oriental da RDC, refira-se, agudizaram-se as acções militares nas últimas semanas, com as forças do M23 a tomarem cada vez mais território, sendo o caso mais crítico a ocupação da cidade de Goma, capital da província do Kivu Norte", lê-se na nota.
Sublinhe-se ainda que o Presidente da República é o "medianeiro designado pela União Africana para o conflito no leste da RDC", bem como é, desde o passado Sábado, o Presidente da União Africana, cujo mandato tem duração de um ano, estendendo-se assim até Fevereiro de 2026.
Depois de ter tomado Goma, capital da província Kivu do Norte, numa ofensiva relâmpago no final de Janeiro, o M23, movimento apoiado pelo Ruanda, tomou também o controlo de Bukavu, da província vizinha Kivu do Sul, no Domingo.
Cerca de 4000 soldados ruandeses estão presentes no leste da RDCongo e os últimos combates já causaram quase 3000 mortos, segundo a ONU.
Kinshasa acusa o seu vizinho de "ambições expansionistas" e de querer pilhar os ricos recursos destas duas províncias, o que Kigali, que não confirma a sua presença na RDCongo, nega.
