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Centrais sindicais saúdam adesão maciça na primeira fase da greve geral

As centrais sindicais saudaram a “coragem e resistência” de todos os trabalhadores que aderiram aos três dias de greve geral, cuja primeira fase terminou na Sexta-feira, apesar das “ameaças e coacção”. No comunicado final lido pelo porta-voz das centrais sindicais, Teixeira Cândido, os sindicalistas saudaram a adesão maciça dos trabalhadores à greve geral, o seu êxito, e, de modo particular, os três sindicalistas da província do Huambo detidos no primeiro dia da greve "e levados a tribunal arbitrariamente".

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Teixeira Cândido sublinhou que as centrais sindicais condenaram veementemente os actos de intimidação durante a greve, anunciando que vão desencadear nos próximos dias processos-crimes contra todos os que praticaram ameaças e coacção, cujas provas as centrais sindicais reúnem.

As centrais sindicais salientaram que não vão aceitar medidas disciplinares contra os trabalhadores que aderiram à greve geral, incluindo descontos salariais, emolumentares e de férias, porque foram "os únicos que manifestaram vontade de encontrar soluções à mesa das negociações".

Declararam ainda que se mantêm disponíveis para continuar a negociar com o Governo, "desde que as propostas respondam ao mínimo do custo de vida actual, particularmente em relação ao salário mínimo, bem como à actualização do salário da função pública".

"As centrais sindicais protestam de maneira veemente o comportamento da imprensa pública pela tentativa de manipulação da informação e por censurarem as notícias sobre a greve geral", disse Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

A segunda fase da greve geral interpolada está agendada para 22 a 30 de Abril e a terceira fase para 3 a 14 de Junho do ano em curso.

Os trabalhadores entregaram ao Governo, no dia 5 de Setembro, um caderno reivindicativo, com exigências para o aumento do salário mínimo nacional, do salário da função pública e a redução de impostos.

Em Dezembro iniciaram as negociações com o Governo, mas os trabalhadores concluíram que não houve resposta satisfatória do executivo às suas reivindicações, mantendo-se as divergências.

As centrais sindicais começaram por exigir o aumento do salário mínimo dos actuais 32.000 kwanzas, para 245.000 kwanzas, proposta "flexibilizada", entretanto, para 100.000 kwanzas e um reajuste do salário da função pública, na ordem de 250 por cento.

O executivo decidiu propor um salário mínimo em função da dimensão da empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas para as pequenas empresas, 70.000 kwanzas para médias empresas e 96.000 kwanzas para as grandes empresas, o que foi rejeitado pelos sindicatos.

Em 1998, foi realizada a primeira greve geral interpolada, realizada pela CGSILA com a duração de três dias, sendo esta a segunda greve geral, mas a primeira congregando as três centrais sindicais.

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