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Líderes das Finanças do G20 reconheceram desafios para crescimento sustentável

A ministra das Finanças, Vera Daves, considera que a reunião dos responsáveis das Finanças e Bancos Centrais do G20, organizada no Brasil, teve saldo positivo, com os participantes a reconheceram os desafios para um crescimento sustentável.

: G20 Brasil
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"O principal a destacar é que todos os participantes na reunião reconheceram que há desafios para assegurarmos que tenhamos um crescimento sustentável e inclusivo a curto, médio e longo prazo. Os desafios são de várias ordens", disse à Lusa Vera Daves de Sousa.

"Tensões geopolíticas, foi o que mais se falou, e conflitos que decorrem dessas tensões, cada vez mais um sentimento de proteccionismo em que algumas economias se vão fechando, desafios climáticos e como se geram os equilíbrios entre as economias envolvidas e as economias emergentes", acrescentou.

A ministra disse que os participantes do encontro do G20, na cidade brasileira de São Paulo, trocaram experiências sobre questão ligadas às desigualdades económicas e sociais, "como é que se endereçam essas desigualdades e, ao mesmo tempo, se considera o peso da dívida em alguns dos países em que essas desigualdades estão presentes".

Vera Daves lembrou que a questão demográfica também foi outro tema importante num sentido, para alguns países, num outro sentido, para outros, que debateram como é que os países crescem, como é que se geram empregos, como é que se assegura a prosperidade num mundo tão polarizado.

"Não foi possível termos um comunicado final, sinal dessa polarização e ausência do consenso, de modo que houve muita discussão a nível dos fundamentos económicos e do que deve ser feito. Estamos de acordo, agora, como é que impedimos que as tensões geopolíticas nos impeçam de endereçar essa agenda", realçou contudo a ministra das Finanças.

Entre as subdivisões de temas dos debates, a representante do Governo angolano destacou o facto de os seus homólogos terem olhado para a tributação e como é que se assegura a tributação progressiva, como é que se assegura, ou como é que se mitiga a evasão fiscal, como é que se alarga a base tributária, formas de lidar com a economia digital e com a tributação das moedas virtuais.

"O desafio agora será, ainda mais na ausência do comunicado final, como é que depois tudo isso que foi discutido se materializa em compromissos e em acções concretas", referiu.

Vera Daves também comentou, na entrevista exclusiva à Lusa, a reunião bilateral que realizou com o ministro das Finanças de Portugal, Fernando Medina, à margem das reuniões do G20.

"Portugal tem financiado um conjunto de projectos em Angola e a reunião foi basicamente para fazer um balanço de como estão esses projectos a andar e o que, tanto o Ministério das Finanças de Portugal como o Ministério das Finanças de Angola, podem fazer para assegurar que processos que não estejam a andar tão rápido quanto gostaríamos, andem mais rápido", referiu, sem detalhar.

"A conversa foi positiva. Com o ministro Medina as coisas avançam sempre, ele é muito pragmático", concluiu.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 1 de Dezembro de 2023, foi o anfitrião da cimeira organizada a 28 e 29 de Fevereiro, que reuniu os máximos responsáveis pelas pastas de Finanças das 20 maiores economias do mundo, incluindo também a União Europeia e a União Africana.

A reunião, com a presença também dos governadores dos Bancos Centrais (sem a presença de Mário Centeno) decorreu num contexto global volátil, marcado por novas tensões geopolíticas e em pleno debate sobre o ritmo da flexibilização monetária, na sequência da escalada inflacionista pós-pandemia.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global.

O Brasil convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores do G20 em 2024.

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