Segundo João Sena, membro da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN), o volume de negócios é ainda reduzido, pois apenas 18 por cento dos dois milhões de veículos que circulam no país têm seguro obrigatório automóvel.
O responsável adiantou, por outro lado, que as indemnizações estão cada vez mais caras, "porque os custos com a saúde e reparações aumentaram".
A quota de mercado que o seguro automóvel representa no universo segurador é de 9,25 por cento, enquanto noutros países ronda os 30 por cento, acrescentou o também director de uma das seguradoras que opera em Angola, indicando que, no domínio da sinistralidade, as seguradoras pagaram indemnizações no valor de cerca de 20,6 biliões de kwanzas.
O preço médio anual do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel é de cerca de 30.000 kwanzas, como disseram esta Terça-feira os membros da ASAN, mas apenas 365.944 veículos que circulam em Angola estão segurados.
A ASAN manifestou-se, esta Terça-feira, preocupada com a baixa adesão dos cidadãos automobilistas a este seguro, considerando que o cenário é "dramático".
João Sena deu conta igualmente que foram abertos, em 2023, um total de 17.549 processos sobre sinistros e encerrados, no mesmo período, 13.780 processos, o que corresponde a 79 por cento de casos resolvidos.
Para o responsável, a ideia de que as seguradoras não resolvem, demoram muito tempo para regularizar sinistros e que deixam muitos sinistros abertos contrasta com o número de processos resolvidos.
"Esta ideia é errada, porque num ano todos os sinistros que foram abertos naquele período 78,5 por cento deles foram encerrados. Esta taxa de encerramento é boa em qualquer parte do mundo, demonstra que o sistema está a funcionar bem", concluiu o especialista em seguro automóvel.