De acordo com uma nota do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher angolano, enviada à Lusa, a fuga à paternidade liderou o índice de violência contra menores em Angola em 2021, seguido da violência física e de abusos sexuais.
Segundo o ministério, foi criada, em 2010, a Rede Angolana de Pais Pro-Mudança, por ocasião da 13.ª Sessão do Conselho Nacional da Família, e foi lançada, em 2019, a campanha "Paternidade Responsável, Eu Apoio" visando encorajar os homens a registarem os seus filhos.
"Apesar de todos esses esforços, ainda observamos a falta de interesse por parte de alguns pais em assumir as suas responsabilidades perante os filhos, traduzido nos casos de fuga à paternidade registados em 2021, num total de 3.723 casos", lê-se na nota.
Os "piores relatos" de violência doméstica, refere o ministério, "principalmente o abuso sexual contra menores, acontecem no seio das famílias, cujo agressor é muitas vezes próximo à família e noutras o progenitor".
A linha "15015 SOS Criança" - gerida pelo Instituto Nacional da Criança (Inac) – registou 7041 denúncias de violência contra a criança em 2021.
O Governo angolano, "tem desenvolvido acções na perspectiva do envolvimento de todas as forças vivas da sociedade na busca de estratégias para a atenção sobre o papel do pai na família, apelando à paternidade responsável", refere-se na nota.
O ministério da tutela, em parceria com o Ministério do Interior, realiza na sexta-feira, no Instituto Superior de Ciências Policiais, em Luanda, o ato central do Dia do Pai, 19 de Março, sob o lema "Pais Unidos pela Harmonia e Coesão Familiar".
Reflectir sobre a importância do papel que o pai representa na formação da personalidade dos filhos, através da presença constante e de uma paternidade responsável e homenagear pais zelosos são alguns dos objectivos desta iniciativa.