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Navio-patrulha oceânico “Amazonas” em Angola para exercícios conjuntos no golfo da Guiné

O navio-patrulha oceânico “Amazonas” está em Angola até Sexta-feira, para participar entre 12 e 17 de Março na operação ‘Obangame Express 2022’, de técnicas conjuntas para o combate à insegurança marítima no golfo da Guiné.

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Num evento organizado esta Quinta-feira pela embaixada do Brasil em Angola, o comandante do navio, capitão-de-fragata Leonardo Gomes, disse que o exercício 'Obangame Express 2022' tem como propósito treinar as técnicas para o combate à insegurança marítima nos mares da África Ocidental, da África Central, com a participação de países europeus, com o Brasil, como representante da América do Sul, e coordenado pela marinha norte-americana.

O 'Obangame Express 2022' é uma iniciativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, criada com duas resoluções de 2012, que propunha um esforço concentrado para o combate às ameaças regionais e globais à segurança marítima.

Segundo o capitão do navio-patrulha oceânica "Amazonas", nesta edição de 2022 participam 32 países.

"O navio vai estar aqui até Sexta-feira e, de 12 e 17 de Março, ele vai participar efectivamente da arquitectura marítimo-regional na zona Alfa da participação da 'Obangame Express 2022'", informou o capitão, realçando que o navio atracou no porto de Luanda na Terça-feira "pelos laços culturais, históricos entre o Brasil e Angola".

"E é a quarta vez que o navio vem a Angola para essa preparação logística para o início da própria comissão", sublinhou.

Instado a comentar a actual situação de pirataria na região do golfo da Guiné, Leonardo Gomes mencionou que o mais recente relatório da Internacional Maritime Bureau, divisão especializada da Câmara de Comércio Internacional (ICC), de 2021, dava conta de um decréscimo de casos, mas os actos de ameaça terrorista marítima ainda constituem 25 por cento em todo o mundo.

Além da pirataria, realçou o comandante, a pesca ilegal, questões ambientais e segurança marítima continuam a ser grandes desafios.

"Os desafios têm sido a busca pela cooperação, uma solução ao combate efectivo desses desafios de segurança marítima no mundo", salientou Leonardo Gomes.

O navio-patrulha oceânica "Amazonas", com possibilidade de embarque de 120 pessoas, possui uma velocidade máxima de 25 nós e autonomia de permanência no mar até 35 dias.

Leonardo Gomes referiu que a participação do Brasil no 'Obangame Express 2022' vai contar com a colaboração das marinhas de Angola, da República Democrática do Congo e da Namíbia.

Durante cinco dias, as forças vão realizar exercícios simulados de combate à poluição do mar, terrorismo marítimo, pirataria e assistência de navios com algum tipo de necessidade de apoio logístico.

Na sua intervenção, o embaixador do Brasil em Angola, Rafael Vidal, destacou os impactos do crescimento económico no continente africano, a partir dos anos 2000, e o elevado ritmo do crescimento das economias africanas gerou como contrapartida o aumento da criminalidade, da pirataria, sobretudo dos sequestros e das investidas contra a marinha mercante.

Rafael Vidal disse que os países que participam no 'Obangame Express' estão comprometidos com o sistema nas Nações Unidas, com os conceitos de paz e segurança colectiva.

"A marinha do Brasil participa de uma área de actuação que envolve Angola, isto está vinculado à cooperação do Brasil com Angola, da proximidade, da parceria estratégica com os dois países, dos 500 anos de história comum dessa relação intensa em todos os domínios que temos", frisou.

Por sua vez, a secretária de Estado para as Relações Exteriores de Angola, Esmeralda Mendonça, destacou que o país tem levado a cabo várias actividades no sentido de criar sinergias para combater a pirataria.

Esmeralda Mendonça destacou que Angola já realizou conferências sobre segurança marítima, integra a Comissão do Golfo da Guiné e já presidiu à Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas).

"Vamos juntos trabalhar, cooperar ainda mais. Que os co-signatários a nível bilateral juntem sinergias no sentido de fazermos uma só voz para vermos se mitigamos esse mal que dia após dia invadem os nossos mares", disse a governante, apontando o prejuízo da pesca ilegal que afecta diariamente a economia angolana.

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