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Covid-19: ministro da Economia antecipa saldo “muito negativo”

O ministro da Economia e Planeamento disse esta Quinta-feira, em Luanda, que o Governo antecipa um saldo “muito negativo”, devido aos efeitos do novo coronavírus, apesar de o balanço ser feito apenas no próximo mês.

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Sérgio Santos falava à imprensa à margem da cerimónia de tomada de posse dos membros dos órgãos sociais da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria de Angola (FCCIA), que congrega um total de 26 filiados.

No seu discurso, o governante sublinhou que este é um mês “muito difícil”, salientando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa já em Janeiro uma contração da economia mundial, agora agravada com a crise na China.

“Agora em Março começamos a sentir os verdadeiros efeitos do mundo global. Uma crise num dos países do mundo de facto tem um impacto muito sério em toda a geografia mundial e estamos a viver agora os efeitos de uma crise que esperamos bem seja passageira”, disse Sérgio Santos.

Olhando para a realidade local, o ministro referiu que grandes companhias de aviação deixaram de servir o mercado chinês, “por isso o fluxo de pessoas está a diminuir”.

“Isto significa que se compra menos, de facto vamos ter um trimestre - ainda não se fez o balanço, cremos que em Abril nós teremos um balanço dos três primeiros meses do ano e vamos ver os números”, referiu o ministro.

Segundo o ministro, os efeitos são globais e Angola está a verificar “como está a evolução do preço do petróleo”, que é a sua principal receita de exportação, sentindo também a redução do nível do fluxo migratório.

“Quando o movimento de pessoas, de capitais, reduz no mundo sentimos imediatamente o impacto, por isso mesmo temos que nos virar mais para dentro, para Angola, e servir o mercado interno, penso que internamente temos muito espaço para crescer, vamos ter dificuldades no volume de exportações, certamente, vamos ter dificuldades no volume de turistas que possam vir para o nosso país, mas temos muitas oportunidades internamente para desenvolver”, defendeu.

Questionado se a execução do Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano fica afectada, Sérgio Santos rejeitou a ideia, salientando que “o que vai ficar afectado, certamente, é a economia internacional”.

“Que vamos ter menos sítio para vender e os empresários vão ter alguma dificuldade. Esperamos que o tema do coronavírus se reverta em Abril - há quem diga que são crises cíclicas e que provavelmente a epidemia, em Abril ou Maio vá terminar, ainda assim os efeitos estão aí, o primeiro trimestre tem um saldo muito negativo”, disse.

O titular da pasta de Economia e Planeamento frisou que a economia iniciou com uma grande expectativa de crescimento este ano, havendo uma mobilização muito grande de recursos, principalmente públicos, para apoiar o crédito.

“E pensamos que a economia angolana está bem, temos é a expectativa que eventualmente os fluxos diminuam se se mantiver mais tempo a crise que o coronavírus está a causar”, salientou.

Relativamente a uma possível escassez de produtos, tendo em conta a diminuição das importações para a China, país que lidera a lista de casos, Sérgio Santos afastou o cenário, referindo que as reservas de bens estão bem.

“As trocas começam a ser um problema agora, o preço do petróleo começa a estar abaixo da referência orçamental, mas ainda é o primeiro mês, vamos é prepararmo-nos — como estamos habituados, nós já estávamos em crise — vamos é preparamo-nos para enfrentar algo se durar mais tempo”, concluiu.

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