Os dados foram avançados em Luanda, durante a apresentação dos resultados preliminares do estudo sobre a cadeia de valor do café em Angola, elaborado pela Aliança Europeia sobre Conhecimento Agrícola para o Desenvolvimento (Agrinatura), em colaboração com os ministérios da Economia e Planeamento e Agricultura e Florestas.
Bernardo Piazzardi, investigador da Agrinatura, que procedeu à apresentação dos resultados provisórios da análise económica do estudo, financiado pela União Europeia (UE), referiu que actual cadeia de valor do café "é ainda deficitária".
Por seu lado, Margarida Lima, investigadora do Instituto de Agronomia de Lisboa e membro da Agrinatura, que apresentou a componente social do estudo, defendeu que a facilitação da legalização da terra "é fundamental" para o desenvolvimento da cadeia de valor do café.
Segundo a investigadora portuguesa, no domínio do direito à terra constatou-se que "raramente" a propriedade da terra nas referidas zonas de produção de café de Angola "é totalmente legalizada", persistindo "alguns conflitos de titularidade".
"Ainda há parcelas a serem divididas, ou seja, em termo da reorganização e da posse da terra ainda existe situações de desorganização", afirmou Margarida Lima, referindo que o acesso à água nas regiões cafeícolas "não parece constituir constrangimentos".
Em relação ao género e à inclusão social, realçou, a cultura do café, aludindo às mulheres contactadas, sobretudo nas regiões do Uíje e do Cuanza Norte, é dominada por homens.
O estudo foi financiado pela Unidade de Segurança Alimentar, Nutrição e Desenvolvimento Rural da União Europeia.