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Estudo revela que produção de café deverá crescer anualmente 1,5 por cento até 2025

A produção de café deverá crescer anualmente 1,5 por cento até 2025 e 90 por cento do total é feita por pequenos produtores familiares, segundo um estudo preliminar sobre a cadeia de valor daquele produto divulgado esta Quarta-feira.

: Cristina Calvo González-Gallarz
Cristina Calvo González-Gallarz  

Para o alcance deste crescimento, segundo os resultados provisórios apresentados esta Quarta-feira, em Luanda, todos os actores do processo necessitam ter uma "visão estratégica comum", porque Angola "tem argumentos para produzir cadeia de valor neste segmento".

O estudo foi desenvolvido pela Aliança Europeia sobre Conhecimento Agrícola para o Desenvolvimento (Agrinatura) em colaboração com os ministérios da Economia e Planeamento e Agricultura e Florestas e financiado pela Unidade de Segurança Alimentar, Nutrição e Desenvolvimento Rural da União Europeia.

Realizado em Setembro de 2019, nas províncias do Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul e Huambo, a análise funcional do estudo refere que dos 24.785 produtores do café nacional, 23.345 são pequenos agricultores familiares e os demais são produtores comerciais.

Segundo Bernardo Piazzardi, investigador da Agrinatura que apresentou a componente funcional do estudo, Angola conta com 15 unidades de descasque de café, localizadas nas unidades produtoras, mas apenas 50 por cento das suas capacidades estão em funcionamento.

As quatro províncias, que constituíram objecto de estudo, dado o volume da sua produção cafeícola, compreendem uma área total de 79.721 hectares, mas, observou o especialista, Angola colhe apenas 38.878 hectares de café.

Para Bernardo Piazzardi, problemas de financiamento e baixo retorno económico contribuem para que Angola explore apenas 50 por cento do seu potencial do café.

As áreas de observação representam 75 por cento de plantas antigas e o restante plantas novas, defendendo aposta na inovação.

Entre os principais constrangimentos na cadeia de valor do café, no domínio da produção o estudo aponta a existência de plantas antigas, o sistema manual de produção, falta de assistência financeira, entre outras.

Matéria-prima de baixa qualidade, fragilidade dos fornecedores, infra-estruturas e serviços em condições deficientes constituem também alguns dos constrangimentos no domínio da transformação.

Para o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, José Carlos Bettencourt, os resultados preliminares do estudo, financiado pela União Europeia, "estão em linha com as expectativas das autoridades" do país, admitindo a necessidade de "maior apoio" aos pequenos agricultores.

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