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Fitch desce rating de Angola para B-

A agência de notação financeira Fitch desceu esta Sexta-feira o 'rating' de Angola para B-, com Perspectiva de Evolução Estável, argumentando com o aumento da dívida, a redução do preço do petróleo e a depreciação da moeda.

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"A descida da notação de Angola reflecte o impacto da produção mais baixa de petróleo, com preços mais baratos, e uma queda maior que o antecipado do kwanza, o que aumentou os níveis de dívida pública e os custos de servir a dívida externa, ao passo que os níveis das reservas internacionais também caíram", escrevem os analistas.

No anúncio divulgado esta tarde, e que afunda a nota em território de não investimento, ou lixo, como é geralmente conhecido, a agência de 'rating' diz que "o progresso sólido nas reformas, no contexto do programa acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), não foi suficiente para impedir a deterioração das finanças públicas, e apesar de estar previsto uma queda rápida da dívida pública ao abrigo do programa, os riscos [de a descida se concretizar] são elevados".

No texto que acompanha o anúncio da decisão de 'rating', a Fitch escreve que a dívida pública estava nos 81 por cento no final de 2018 e ultrapassou os 100 por cento no final do ano passado, "muito acima da média de 56,2 por cento dos países com a nota B".

A dívida da Sonangol e de outras empresas públicas "adicionam mais 8 por cento do PIB à exposição do setor público", alerta a Fitch, notando que "aproximadamente 80 por cento da mudança no nível da dívida em 2019 deveu-se à depreciação do kwanza, com o pagamento de dívidas atrasadas e a recapitalização dos bancos a somarem-se ao aumento da dívida, o que elimina a melhoria que levou a um excedente orçamental".

A Fitch espera uma redução da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) este ano, estimando que chegue ao final do ano com um rácio de 87 por cento, que desce para 79 por cento no próximo, que já incorpora novos custos de financiamento, por exemplo com a emissão de dívida soberana, e com uma depreciação adicional do kwanza.

Esta subida da dívida "aumentou o custo dos pagamentos dos juros para 35,7 por cento da receita governamental este ano", cerca do triplo da média dos países B, com 11,8 por cento, escreve a Fitch, notando que só este ano a dívida vai custar 7,5 mil milhões de dólares, a que se juntam mais 1,7 mil milhões de dólares por juros em empréstimos garantidos pelo Estado.

A nível macroeconómico, a Fitch estima que o PIB saia da recessão este ano, com uma expansão de 1 por cento que vai acelerar para 2,5 por cento no próximo ano.

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