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Federação de Câmaras de Comércio e Indústria quer ser resposta a momento de crise

O ministro da Economia e Planeamento angolano disse esta Quinta-feira que a constituição de uma Federação de Câmaras de Comércio e Indústria de Angola, com parceiros de vários países estrangeiros, significa “união” para responder ao momento de crise.

: Câmara de Comércio Angola China
Câmara de Comércio Angola China  

Sérgio Santos discursava na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria de Angola (FCCIA), presidida por Nelson dos Santos, da Câmara de Negócios Angola-Espanha, coadjuvado por Sebastião Francisco, da Câmara de Comércio e Indústria Angola-Turquia.

Segundo o governante, em tempo de crise, a solução é criar mais “sentido de unidade” e estruturar as ideias de forma coerente e avançar para novas ideias que possam manter o crescimento.

“É isso que estamos a pedir aos empresários. O momento da constituição desta federação é um momento muito importante e a resposta esperada a uma crise que já está anunciada”, advogou.

Para o ministro, a união dos empresários ajudará também a encontrarmos “caminhos com o Governo”, para poder “evitar a perda de empregos”, a contração da economia e olhar “para dentro” da economia.

O governante apelou aos empresários para que olhem para as oportunidades dentro da economia angolana, para poderem atrair parceiros, criar ideias novas e sinergias.

“É isso que esperamos que a federação e a direcção que vai ser empossada possa fazer, com o nosso apoio e dos vários membros das várias câmaras que se vão juntar”, referiu.

Em declarações à comunicação social, Sérgio Santos lembrou que a economia nos últimos anos tem vindo a sofrer uma recessão profunda, provocando a perda de muitos empregos e o encerramento de muitas empresas.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Manuel Arnaldo Calado, disse, em declarações à agência Lusa, que o objectivo da criação desta federação é congregar e facilitar a vida dos empresários.

Manuel Arnaldo Calado realçou que existem várias associações empresariais, que têm o apoio do Estado, mas a união entre estas organizações beneficia o país numa altura em que o mundo atravessa mais uma crise.

“Como disse, o mundo nunca mais será o mesmo depois do coronavírus, então precisamos de encontrar estratégias diferentes e uma dessas é a unidade, precisamos de puxar todos para o mesmo lado e a missão da federação é justamente esta”, salientou.

Com 26 filiados, a FCCIA surge para congregar empresários, ideias, conhecimentos e experiências, acrescentou o empresário.

“A federação congrega câmaras, que têm o privilégio de ter relações com outros países que já têm experiências, estudos feitos de situações já passadas, têm conhecimentos, são essas experiências que essas câmaras podem trazer. Mas não podem trazer uma a uma, se puderem trazer todas em conjunto para apresentarmos propostas ao executivo, vamos ter certamente valias”, frisou.

Instado a comentar a polémica em torno do surgimento desta federação, cuja denominação é contestada pela Câmara de Comércio e Indústria de Angola, Manuel Arnaldo Calado desvalorizou o assunto.

“Não consigo encontrar onde é que está o problema, honestamente”, disse o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, salientando que “quem dá as denominações” é o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

“E nós temos a denominação dada pelo Ministério da Justiça, está em Diário da República, está escriturado, está registado, a outra câmara também tem, portanto, eu não vejo problemas, uma é federação das câmaras de comércio e indústria, a outra é câmara de comércio e indústria, para mim é um não problema”, concluiu.

Uma nota da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA) refere que a denominação da federação está a “criar confusão ou induzir, deliberadamente ou não, várias pessoas singulares e colectivas, por via da similitude da denominação e/ou natureza de instituições diferentes”.

Para a CCIA, a denominação da federação está a criar confusão em associados e empresas que presumem que tenha havido uma evolução da CCIA, Câmaras de Comércio e Indústria Provinciais e Câmaras de Comércio e Indústria Municipais, para uma nova entidade.

A CCIA defende que para afastar a confusão a denominação da federação deveria incluir a palavra “bilaterais”, para sinalizar “claramente” a diferença entre a primeira agremiação e a nova, tendo em conta que se trata de uma federação constituída por câmaras de comércio bilaterais.

“Queremos realçar que, não estamos contra o surgimento da federação em causa, enquanto ente que tem a ver com o setor privado, pelo contrário, encorajamos o trabalho conjunto, a partilha de ideias, a troca de experiências de forma organizada, estruturada e sistematizada. Porém deixamos bem vincado que, qualquer novo ente não deve criar confusão ou induzir em erro as pessoas assim como não devia provocar desperdício de tempo e energia”, lê-se na nota.

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