Num comunicado enviado à Lusa, a FLEC considera que a pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, está a ser utilizada para o Governo "reprimir silenciosamente" o povo de Cabinda, citando um ataque do passado Domingo, 22 de Março, que terá sido realizado pelas Forças Armadas Angolanas (FAA).
De acordo com a FLEC, três residentes da aldeia Kissungo Mbemba, junto ao rio Chiluango na região de Necuto, Município do Buco Zau, "foram encontrados mortos, vítimas da barbaridade habitual das Forças Armadas do regime angolano".
"A FLEC/FAC condena e denuncia a repressão sangrenta imposta pelo regime militar do Presidente, João Lourenço, contra os habitantes de Kissungo Mbemba, agravando ainda mais a dor e o sofrimento neste período difícil que o mundo atravessa", vincou o grupo independentista.
Para a FLEC, o MPLA, "continua a usar a repressão e o terror como arma de combate e guerra no território de Cabinda".
"Os habitantes de Kissungo Mbemba continuam a ser vítimas de um assédio persistente, prisões arbitrárias e raptos levados a cabo pelos militares angolanos", concluíram os independentistas.
A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência do território alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.
Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma "resistência armada" contra a administração de Luanda.