De acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA) a que a Lusa teve acesso Terça-feira, sobre a Base Monetária Ampla do país, entre Dezembro e Janeiro deixaram de estar em circulação (física) no país 48.661 milhões de kwanzas.
Por outro lado, há várias semanas que é habitual formarem-se longas filas nas multicaixas com notas disponíveis para levantamento.
"Dei voltas e encontrei quase 10 multicaixas sem dinheiro ou desligadas. Tenho várias pessoas à minha frente, mas vou ter de esperar porque preciso de levantar dinheiro ainda hoje, para pagar as minhas contas", contou à Lusa Maria João, uma das clientes que fazia fila na zona do Kinaxixi, centro de Luanda.
Um dos efeitos mais visíveis da descida de notas e moedas em circulação em Janeiro, conforme a Lusa constatou numa ronda pelas ruas de Luanda, é a subida do valor do kwanza, travando a valorização do dólar norte-americano no mercado paralelo.
"Não há kwanza para trocar, não há negócio", explicavam Terça-feira à Lusa as kinguilas de Luanda, actividade ilegal, mas também a única solução para quem tenta, sem sucesso, aceder a divisas nos bancos.
Outra das consequências sente-se ao nível da desvalorização do kwanza, face ao dólar, em 23,4 por cento em 2015 e mais 18,4 por cento ainda no primeiro semestre de 2016. A taxa de câmbio oficial cifra-se desde então à volta dos 166 kwanzas por cada dólar, quando antes do início da crise das receitas do petróleo, ainda em 2014, era de 100 kwanzas.