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Milhares para ver e desfilar o Carnaval de Luanda

Milhares de angolanos concentraram-se esta Terça-feira na nova marginal de Luanda, para o maior desfile de Carnaval do país, marcado pela habitual alegria, cor e entusiasmo, mas também com algumas críticas sociais.

Rede Angola:

O desfile principal, ao qual assistiu José Eduardo dos Santos, pela última vez como chefe de Estado, juntou durante a tarde e até ao início da noite 14 grupos de carnaval da província de Luanda.

A festa carnavalesca de Luanda arrancou com a homenagem ao grupo Amazonas do Prenda, seguindo-se a fase competitiva, com os foliões do grupo União Recreativo do Kilamba, que desfilam sob o signo da faceta de um novo país em desenvolvimento.

"O grupo está bem, estamos calmos, a preparação foi boa e nossa meta é vencer, porque a vitória já é uma certeza, apesar da crise, lutamos para conseguirmos estar aqui na marginal ", contou à Lusa Maria Mussulo minutos antes de o seu grupo abrir o desfile.

São no total 14 grupos que desfilaram no acto central do carnaval de Luanda, não só para a disputa do título e de outros prémios, a divulgar nos próximos dias, mas também para a manutenção no escalão principal do Carnaval de Luanda.

"Trazemos aqui à marginal o tema abuso do poder, devido à ganância de muita gente, sobretudo jovens que não respeitam os mais velhos nos postos de trabalho. A preparação foi um pouco dura, mas chegamos aqui à Marginal para vencer esta edição", afirmou por sua vez Manuel Gonçalves, comandante do grupo União Kazukuta do Sambizanga, pouco antes de entrar na avenida do desfile, liderando centenas de pessoas, entre bailarinas e grupo de apoio.

A crise financeira, económica e cambial teve grandes reflexos na vida social e política do país, e os grupos carnavalescos também viram afectados a sua preparação para o desfile desta Terça-feira.

Ainda assim Manuel Gonçalves garante que o grupo da União Kazukuta do Sambizanga veio à marginal para brincar ao Carnaval e esquecer a crise. "Vamos dançar e brincar ao Carnaval para dar um pontapé na crise, porque a crise afectou o grupos e muitas instituições que nos apoiavam", atirou.

A Comissão Organizadora do Carnaval de Luanda colocou à disposição dos espectadores um total de sete bancadas, completamente preenchidas pelo público, que, ao longo de várias horas, assiste ao desfile.

A mulher angolana é homenageada nesta edição do Carnaval de Luanda pelo grupo União Kiela, e Eugénia Domingos, uma das dançarinas mais antigas do conjunto, assegurou à Lusa que o objectivo é "arrastar tudo, inclusive o prémio".

"Já estamos aqui e prontas para ‘rasgar’ esta marginal, o União Kiela quando chega arrasta tudo, vamos dançar para esquecer um pouco a crise. Viva o carnaval e viva a nossa cultura", garantiu.

A dança, a música e o carácter alegórico estão entre as componentes que serão avaliadas pelo corpo do júri, conforme disse à agência Lusa, na Marginal, o coordenador do Carnaval de Luanda, Manuel Sebastião.

O Carnaval é a maior festa popular em Angola e, só em Luanda, já desfilaram, no Sábado e no Domingo, outros 29 grupos, entre infantis e classe b. O grupo União Njinga Mbande, do município de Viana, um dos maiores da província de Luanda, foi o vencedor da edição 2016 do carnaval de Luanda.

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