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Privados da Rússia constroem refinaria no Namibe por 12 mil milhões de dólares

Investidores russos pretendem construir uma refinaria na província do Namibe, um mega projecto que prevê ainda uma linha férrea unindo as centenárias linhas de Benguela e de Moçâmedes, num investimento global que ronda os 12 mil milhões de dólares.

Calum Linnen:

Conforme despacho assinado pelo Presidente, de 9 de Março e a que a Lusa teve acesso, viabilizando o contrato de investimento privado, trata-se de um negócio envolvendo os grupos Rail Standard Service e Fortland Consulting Company, ambos da Rússia, que construir e operar uma refinaria petroquímica na província do Namibe.

No prazo de 11 anos (pico da produção), os investidores prevêem refinar por dia 400.000 barris de petróleo, equivalente a um quarto da produção diária de crude nacional, criando ainda 2100 postos de trabalho para angolanos e 900 para trabalhadores expatriados.

O investimento, de 12 mil milhões de dólares, envolve ainda a execução de infra-estruturas integradas de apoio ao projecto, "nomeadamente a construção e administração de uma área habitacional destinada ao alojamento dos trabalhadores, cais de acostagem, central eléctrica e uma linha férrea que liga ao Caminho-de-Ferro de Moçâmedes [Namibe] ao Caminho-de-ferro de Benguela", lê-se no contrato com a Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP).

O projecto será executado pela NAMREF, sociedade veículo do investimento, a constituir pelos dois grupos russos (75 por cento de investimento pela Rail Standard Service e 25 por cento pela Fortland Consulting Company) e parceiros locais, conforme prevê o contrato.

A primeira fase deste projecto prevê a construção da unidade de dessalgação eléctrica do petróleo e conversão normal com capacidade de 10 milhões de toneladas por ano, no prazo de três anos e meio. Esta capacidade, bem como o tipo de produto a refinar, como gasolina, gasóleo e betume, irá aumentar com a concretização das restantes fases.

Além das licenças e terreno com 1000 hectares, o Estado compromete-se, neste contrato, com a garantia de compra de entre 28.000 barris diários de petróleo bruto (na primeira fase, dentro de três anos e meio) e os 364.00 barris diários (na última fase, dentro de 11 anos).

Além de beneficiaram de isenção do pagamento de vários impostos durante oito anos, os investidores têm ainda a garantia de repatriamento dos dividendos.

Este investimento surge numa altura em que a construção da refinaria de Benguela foi suspensa pela Sonangol e que o Governo está a reavaliar o projecto da refinaria no Soyo.

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