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Saúde

Do Canadá a Luanda: associação de angolanos em Toronto com campanha para apoiar Hospital Pediátrico

Uma associação de angolanos em Toronto, no Canadá, lançou uma campanha para fornecer material urgente ao Hospital Pediátrico David Bernardino de Luanda, disse à agência Lusa uma fonte da organização.

Comunidade Angolana do Ontário:

"É uma situação de extrema urgência que chegou ao nosso conhecimento. Estamos a fazer tudo para muito brevemente, o mais tardar, dentro de duas semanas, fazer chegar o primeiro ‘kit' com material a Luanda", afirmou Rui da Silva, presidente da Comunidade Angolana do Ontário (ACO).

O dirigente de 46 anos justificou que o hospital para crianças de Luanda é o principal daquela província angolana, mas dado ser uma região com 6,5 milhões de habitantes "não se conseguem cobrir as necessidades".

Aquela unidade hospitalar está a atender por dia mais de 500 crianças e a fazer pelo menos 120 internamentos diários. "É o hospital central infantil na província de Luanda, mas abrange também outras províncias fronteiriças, como é o caso de Kwanza Norte e Sul, Malange, Uíge. Por vezes, os doentes são transportados para o hospital por meios aéreos, nomeadamente de Cuando Cubango, Zaire, Cunene […] Há muita criança para poucos meios", disse.

O médico e empresário ligado à área da saúde Pedro Mateus, de 44 anos, no Canadá há 18 anos, esteve recentemente em Angola, e constatou a realidade do hospital pediátrico. "Com a situação económica que não está fácil, o custo de vida está a aumentar, as mortes que estão a suceder-se, com uma média diária de 27 crianças, não nos deixa ficar com os braços cruzados. Temos de actuar, e temos de fazê-lo já", afirmou.

Pedro Mateus entrou em contacto com a Comunidade Angolana do Ontário para iniciarem um trabalho em conjunto na ajuda imediata ao hospital, solicitando a toda a comunidade lusófona que colabore, doando material como "luvas, algodão, álcool ou iodo".

"Por mais simples que possam fazer, estes materiais são importantes para as primeiras necessidades. Também queremos apoios financeiros para adquirirmos mais material importante como é o caso de sacos de transfusão de sangue e sistemas de soro, que fazem muita falta", sublinhou.

Àquela unidade hospitalar, segundo a directora clínica, chegam crianças com malária acompanhada de anemia severa, estando a ser realizadas diariamente mais de cem transfusões sanguíneas.

O empresário e médico também alertou que esta "é uma altura de doenças digestivas, como é o caso da diarreia, devido à desidratação nas crianças", daí a necessidade de uma ajuda imediata.

A pediatria debate-se com a falta de pessoal, sobretudo enfermeiros, medicamentos, material gastável e sangue, e as mortes são em média mais de 25 por dia.

O Ministério da Saúde de Angola já reconheceu a gravidade da situação e está a procurar ultrapassar esse quadro, através do fornecimento de meios.

Segundo os responsáveis da ACO, dentro de duas semanas vai partir do Canadá para Angola o primeiro carregamento com material.

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