A decisão foi influenciada "essencialmente pelo ajustamento dos preços administrados e pela variação da taxa de câmbio", conforme se lê no comunicado final da reunião mensal do Conselho de Política Monetária do BNA, realizada na segunda-feira para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias de Fevereiro.
Trata-se do segundo aumento em 2016, depois de um ponto percentual que foi acrescentado em Janeiro, sendo já na altura a maior subida em pelo menos dois anos.
A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação - que em Angola superou os 20 por cento em Fevereiro -, esteve fixada até Julho de 2014 em 8,75 por cento, após um corte, na altura, de meio ponto percentual, e aumentou há mais de um ano para 9 por cento.
Já em Março do ano anterior, subiu mais 0,25 pontos percentuais, em Junho aumentou para 9,75 por cento e em Julho mais meio ponto percentual, para 10,25 por cento, tendo em Agosto sido fixada em 10,5 por cento, subindo em Dezembro para os 11 por cento.
O Comité de Política Monetária decidiu também nesta reunião, que decorreu em Luanda, aumentar as taxas de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez, de 14 por cento para 16 por cento ao ano, e da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias, de 1,75 por cento para 2,25 por cento ao ano.
Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para menos de metade em 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.
